A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS deve votar nesta quinta-feira (16) a convocação de Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para prestar depoimento. O anúncio foi feito pelo presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), que afirmou que a oitiva faz parte de uma série de medidas voltadas ao esclarecimento do esquema de desvios em benefícios previdenciários.
Frei Chico ocupa o cargo de vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), uma das entidades que estão no centro das investigações conduzidas pela Polícia Federal. A corporação apura o envio de recursos provenientes de descontos em benefícios do INSS para empresas de fachada e familiares de dirigentes do sindicato. Apesar da posição de liderança, Frei Chico não é investigado.
A movimentação na CPMI ocorre após o Supremo Tribunal Federal (STF) determinar o bloqueio de R$ 390 milhões das contas do Sindnapi. A decisão, assinada pelo ministro André Mendonça, tem como base descontos realizados em benefícios previdenciários entre 2021 e janeiro deste ano, que teriam sido repassados de forma irregular.
Segundo Carlos Viana, a convocação de Frei Chico será analisada em sessão deliberativa marcada para as 9h de quinta-feira. O senador afirmou que a comissão busca compreender a estrutura de funcionamento das entidades envolvidas no caso e o possível grau de conhecimento de seus dirigentes sobre as práticas investigadas.
O Sindnapi, por sua vez, nega qualquer irregularidade e afirma que todos os repasses e descontos realizados seguem a legislação vigente e estão devidamente registrados. A direção do sindicato ainda não se manifestou sobre a possibilidade de comparecimento de Frei Chico à CPMI.
A operação é mais um desdobramento do gabinete de crise criado pelo Governo Federal para apurar irregularidades relacionadas à gestão de recursos de aposentadorias e pensões, em meio a um crescente número de denúncias sobre fraudes e descontos indevidos em benefícios do INSS.
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