O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, autorizou novas visitas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar. Entre os nomes liberados estão o senador Ciro Nogueira (PP-PI), o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto. A decisão foi publicada nesta terça-feira (7/10).
As visitas ocorrem em um momento de tensão dentro do campo bolsonarista, marcado pela movimentação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em se posicionar como possível sucessor do pai na disputa presidencial de 2026. As recentes declarações de aliados sobre o futuro da direita provocaram atritos públicos com o filho do ex-presidente.
Ciro Nogueira, ex-ministro-chefe da Casa Civil de Bolsonaro, foi autorizado a visitar o ex-presidente na próxima quinta-feira (9/10), entre 9h e 18h. A solicitação foi feita um dia após o senador afirmar, em entrevista ao jornal O Globo, que os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Ratinho Júnior (PSD-PR) seriam os principais nomes da direita para 2026. A fala gerou críticas de Eduardo Bolsonaro, que respondeu em suas redes sociais, classificando as articulações políticas em torno do pai como “confabulações de abutres”.
Já o deputado Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, foi autorizado a visitar Bolsonaro em 17 de outubro. Três dias depois, em 20 de outubro, será a vez de Valdemar Costa Neto, dirigente nacional do partido. Ambos também foram alvo de críticas recentes de Eduardo, após Valdemar afirmar à imprensa que o filho do ex-presidente poderia “ajudar a matar politicamente o pai” caso insistisse em disputar a eleição.
Além deles, Moraes também permitiu visitas de outros aliados, como o vice-presidente do PL em Rondônia, Bruno Scheid, que irá à residência de Bolsonaro em 10 de outubro, e os senadores Marcos Pontes (PL-SP) e Márcio Bittar (PL-AC), autorizados para os dias 14 e 16, respectivamente.
Como parte das restrições da prisão domiciliar, o ministro manteve as condições de segurança já impostas, incluindo a vistoria de veículos e pertences dos visitantes na entrada e saída do local. As medidas foram reforçadas após a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal reconhecer a existência de áreas sem cobertura de vigilância no perímetro da residência.
As visitas ocorrem em um contexto de rearticulação política da base bolsonarista e intensificação das disputas internas sobre quem deve liderar o grupo nas próximas eleições presidenciais.
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