Uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira (3) pelo PoderData revelou que 64% dos brasileiros são contrários à anistia das pessoas condenadas pelos atos de 8 de janeiro de 2023, quando os prédios dos Três Poderes foram invadidos e depredados em Brasília. Outros 27% se disseram favoráveis, enquanto 9% preferiram não opinar.
O resultado indica um aumento na rejeição em comparação com março deste ano, quando 51% rejeitavam a anistia e 37% defendiam o perdão. Na ocasião, 12% não se posicionaram. O levantamento atual foi realizado entre os dias 27 e 29 de setembro, com 2.500 entrevistas por telefone em todas as unidades da federação. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.
O estudo também analisou a opinião de eleitores dos dois principais líderes políticos do país. Entre os apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 74% se manifestaram contra a anistia. Já entre os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), 55% rejeitam o perdão. Nos dois grupos, portanto, a maioria mantém posição contrária.
Apesar da tendência identificada pela pesquisa, a pauta continua em debate no Congresso Nacional. O relator do tema, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), articula a possibilidade de acordos para rever as penas aplicadas. A oposição, que tem reforçado a defesa da anistia após a condenação de Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão por golpe de Estado, busca reverter o quadro.
O presidente Lula já declarou que, caso um projeto de anistia seja aprovado, ele deverá vetar a medida. O Supremo Tribunal Federal (STF) já condenou 638 pessoas pelos crimes cometidos em 8 de janeiro, com penas que chegam a 17 anos de prisão. Outras 552 firmaram acordos com o Ministério Público Federal (MPF) após admitirem participação em delitos considerados menos graves.
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