Polícia do DF descarta presença de metanol em bebidas consumidas por Hungria

A Polícia Civil do Distrito Federal informou nesta sexta-feira (3) que não foi encontrada a presença de metanol nas bebidas coletadas em pontos de venda do DF no caso que envolve o rapper Hungria, internado desde quinta-feira (2) após apresentar sintomas compatíveis com intoxicação. O laudo foi produzido pelo Instituto de Criminalística e concluiu que as amostras retiradas em uma distribuidora de Vicente Pires e em um mercado de Águas Claras estavam dentro dos padrões estabelecidos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Apesar disso, a hipótese de que o artista tenha ingerido bebida adulterada em outro estado não foi descartada. Pouco antes da internação, Hungria realizou um show em uma casa noturna em São Paulo, interditada posteriormente em razão de outros casos suspeitos de intoxicação pelo mesmo agente químico.

Segundo informações médicas divulgadas nesta sexta-feira, o cantor, de 34 anos, apresenta evolução positiva no quadro clínico. Ele chegou ao hospital com turvação visual, mas a rápida intervenção da equipe médica, que incluiu hemodiálise e uso de etanol oral, evitou sequelas permanentes. “Nosso maior receio era uma lesão visual irreversível, mas felizmente o tratamento imediato impediu qualquer consequência grave”, explicou um dos médicos responsáveis.

Hungria foi acompanhado por um oftalmologista durante a internação e passou por exames complementares. O resultado final dos testes laboratoriais do paciente ainda não foi divulgado.

O caso ocorre em meio ao crescimento do número de notificações de intoxicação por metanol no país. O Ministério da Saúde confirmou 113 registros até o momento, sendo 11 casos confirmados e 102 em investigação. Do total, 101 foram registrados em São Paulo, onde também foi confirmada a única morte associada até agora. Há ainda ocorrências em análise em Pernambuco (6), Bahia (2), Distrito Federal (2), Paraná (1) e Mato Grosso do Sul (1).

Das 12 mortes notificadas, apenas uma já foi confirmada em São Paulo; as demais seguem em apuração nos outros estados. O Ministério da Saúde anunciou a compra emergencial de antídotos para ampliar o estoque do Sistema Único de Saúde e reforçou a orientação para que estados e municípios notifiquem imediatamente qualquer suspeita de intoxicação.