15°C 31°C
Lagoa Santa, MG
Publicidade

Tarcísio descarta envolvimento do PCC em esquema de bebidas adulteradas com metanol em São Paulo

Governador afirma que fraudes são realizadas por grupos independentes e classifica adulteração como problema estrutural no país

01/10/2025 às 09h30
Por: Bianca Guimarães
Compartilhe:
Foto: Reprodução/Governo de São Paulo
Foto: Reprodução/Governo de São Paulo

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), negou nesta terça-feira (30) qualquer indício de envolvimento do Primeiro Comando da Capital (PCC) no esquema de adulteração de bebidas alcoólicas com metanol que resultou em casos de intoxicação e morte no estado. Em coletiva de imprensa, o chefe do Executivo paulista afirmou que as investigações apontam para ações isoladas de grupos sem vínculo com o crime organizado.

Segundo Tarcísio, os inquéritos em andamento identificaram destilarias clandestinas que operavam de forma independente. “Não há evidência nenhuma de que haja crime organizado nisso. O que temos são pessoas que fraudam rotineiramente bebidas e que não possuem relação entre si. É um problema estrutural e que não se limita a São Paulo, mas afeta todo o Brasil”, declarou.

O posicionamento foi reforçado pelo diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), delegado Ronaldo Sayeg, que afastou qualquer ligação da facção com os casos investigados. “Não há qualquer evidência, em nenhum inquérito, de que o PCC esteja por trás da contaminação direta ou indireta dessas bebidas. As investigações seguem em outras vertentes, distantes da atuação do crime organizado”, disse.

O governador também ressaltou falhas no sistema de fiscalização como um dos fatores que favoreceram o avanço das fraudes. Ele citou mudanças em normas da Receita Federal que retiraram a obrigatoriedade de selos de controle em bebidas alcoólicas. “Isso fragilizou o monitoramento do setor. Só nos últimos dias, apreendemos 50 mil garrafas suspeitas de adulteração e 15 milhões de selos falsificados”, destacou.

Até o momento, São Paulo confirmou uma morte relacionada ao consumo de bebidas com metanol, enquanto outras quatro estão em análise. No total, o estado registrou 22 casos, entre confirmados e suspeitos.

As especulações sobre o envolvimento do PCC ganharam força após uma nota divulgada pela Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), no último domingo, sugerindo que o metanol utilizado para adulterar bebidas poderia ser o mesmo contrabandeado para batizar combustíveis. No entanto, o governo estadual reforçou que não há indícios que sustentem essa hipótese.

O tema ganhou ainda mais repercussão diante da operação Carbono Oculto, considerada a maior ofensiva da história contra o crime organizado no país, que recentemente teve como alvo o PCC.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.