O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), desembarcou em Brasília nesta segunda-feira (29/9) para uma agenda política que inclui a visita ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O compromisso está reservado para o período da manhã e início da tarde, mas o governo paulista não detalhou oficialmente os encontros previstos.
A reunião ocorre em um momento de indefinição sobre dois pontos centrais do debate político: a tramitação da anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 e a sucessão presidencial de 2026. No Congresso, o projeto que tramita em regime de urgência perdeu força na versão ampla defendida pelo bolsonarismo. O relator da proposta, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), deve apresentar um texto que prevê apenas a redução de penas, e não o perdão irrestrito.
Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto, foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e três meses por tentativa de golpe de Estado. Ele já era inelegível até 2030 por decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o condenaram por abuso de poder político e econômico, mas a pena foi ampliada após o julgamento no STF.
Tarcísio é visto como o principal herdeiro político do ex-presidente, com apoio de setores do centrão e do mercado financeiro. Entretanto, encontra resistências dentro do próprio campo bolsonarista. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem se posicionado contra a indicação do governador e defende sua própria candidatura ao Planalto, tensionando as articulações no partido.
Em público, Tarcísio insiste que pretende disputar a reeleição em São Paulo. Aliados avaliam que antecipar um movimento nacional poderia fragilizá-lo diante de ataques de adversários e desgastes prematuros. Bolsonaro, por sua vez, prefere adiar qualquer definição sobre um sucessor, entendendo que indicar um nome agora equivaleria a reconhecer o fim de seu próprio protagonismo político.
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