O ministro do Turismo, Celso Sabino, apresentou sua demissão do cargo nesta sexta-feira (26), atendendo à determinação do União Brasil de que todos os filiados à legenda deixassem postos na administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sob risco de infidelidade partidária. A decisão foi comunicada pessoalmente ao presidente durante reunião no Palácio do Planalto.
Segundo Sabino, Lula solicitou que ele permanecesse no cargo até a próxima semana para acompanhar obras e preparativos da Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP 30), que será realizada em Belém (PA). “O presidente pediu que eu acompanhasse nessa missão a cidade de Belém na próxima quinta-feira e assim nós vamos estar”, declarou. O ministro também afirmou que pretende manter diálogo com seu partido e com a presidência sobre a possibilidade de continuar à frente da pasta.
Celso Sabino assumiu o Ministério do Turismo em 2023, em um movimento do governo federal para se aproximar do Centrão e facilitar a relação com o Congresso. Durante sua gestão, coordenou os preparativos para a COP 30 e contribuiu para o reaquecimento do setor turístico brasileiro. Em 2024, também foi eleito presidente do Conselho Executivo da ONU Turismo, tornando-se o primeiro brasileiro a ocupar o cargo.
A antecipação da saída, que inicialmente estava prevista para outubro, ocorreu em meio a notícias envolvendo o presidente do União Brasil, Antonio Rueda. Reportagens dos portais UOL e ICL associaram Rueda a supostos vínculos com o Primeiro Comando da Capital (PCC), em investigação da Polícia Federal. Rueda negou as acusações e disponibilizou seus sigilos bancário e fiscal ao procurador-geral da República, Paulo Gonet.
O União Brasil, atualmente em processo de federação com o Progressistas e com a segunda maior bancada da Câmara, divulgou nota afirmando que o governo teria usado as reportagens para desgastar a liderança do partido. A legenda conta com 59 deputados e seis senadores, e sua migração para a oposição pode influenciar a tramitação de projetos prioritários do Executivo no Congresso.
A saída de Sabino torna-se a 12ª troca ministerial do governo Lula. Durante seu período à frente do Ministério do Turismo, ele se destacou pelo esforço em políticas de valorização do setor e articulação internacional, além de manter interlocução direta com líderes do setor privado e organismos internacionais.
Mín. 13° Máx. 24°