Em São Paulo, autoridades estaduais e federais divulgaram nesta quinta-feira (25/9) detalhes sobre o patrimônio de integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), obtido por meio de atividades criminosas. A operação Spare, conduzida pela Receita Federal, Ministério Público Estadual e Secretaria da Fazenda de São Paulo, identificou bens de alto valor, incluindo um iate de 23 metros, dois helicópteros, uma Lamborghini Urus e terrenos avaliados em mais de R$ 20 milhões.
Segundo a Receita Federal, esses ativos são apenas uma fração do patrimônio real dos investigados, que já acumula mais de R$ 500 milhões inscritos em dívida ativa com o Estado. A investigação revelou que recursos provenientes da exploração de motéis, jogos de azar, combustíveis adulterados e franquias foram utilizados para aquisição dos bens de luxo. Para dificultar a fiscalização, os integrantes da facção teriam adotado práticas como retificação simultânea de declarações de Imposto de Renda, elevando valores de patrimônio sem registrar a correspondente tributação.
Durante coletiva, o promotor do GAECO, Silvio Loubeh, explicou que as apurações começaram após a apreensão de máquinas de cartões em casas de jogos na Baixada Santista. “Investigando as empresas que recebiam esses recursos, identificamos postos de combustíveis e motéis envolvidos em lavagem de dinheiro, além de empresas de fachada e uma fintech que facilitavam a movimentação de milhões de reais”, afirmou.
As autoridades destacaram que a facção ampliou sua atuação para setores da economia formal, deixando de se concentrar apenas no tráfico de drogas. Para o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, o controle de importação de petróleo e derivados, bem como a identificação de beneficiários finais de fundos de investimento, são passos fundamentais para frear a infiltração do crime organizado na economia.
A operação cumpriu 25 mandados de busca e apreensão em São Paulo, e os autos de infração aplicados contra os investigados somam R$ 7 bilhões. Entre os bens rastreados estão o iate, os helicópteros e a Lamborghini, adquiridos com recursos que teriam origem em atividades ilícitas. Além dos veículos e imóveis, a investigação também aponta para a ampliação do patrimônio de familiares do principal alvo em cerca de R$ 120 milhões, reforçando a dimensão financeira do esquema.
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