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PF desmonta quadrilha que usava disfarces e funcionários da Caixa para desviar benefícios sociais

Investigação revelou esquema com participação de funcionários da Caixa Econômica e casas lotéricas; propina ultrapassou R$ 300 mil

22/09/2025 às 12h00
Por: Bianca Guimarães
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 Foto: Reprodução Fantástico
Foto: Reprodução Fantástico

Uma investigação da Polícia Federal identificou um esquema criminoso que desviava recursos de programas sociais por meio do aplicativo Caixa Tem, usando desde disfarces físicos até fraudes digitais sofisticadas. O grupo criminoso atuava há pelo menos cinco anos e contou com a cooptação de funcionários da Caixa Econômica Federal e de casas lotéricas, segundo as autoridades.

De acordo com a PF, o líder do grupo, Felipe Quaresma Couto, e outros integrantes manipulavam os cadastros dos beneficiários para transferir valores diretamente para contas dos criminosos. O esquema envolvia a criação de novos cadastros usando documentos de pessoas de baixa renda e “rostos virgens” — indivíduos que nunca haviam passado pelo reconhecimento facial do banco. Entre os métodos adotados estavam o uso de perucas, maquiagem e pintura facial para burlar o sistema de validação biométrica.

“Eles utilizavam tanto a tecnologia quanto vulnerabilidade social, aproveitando moradores de rua e pessoas em situação de risco para criar cadastros falsos com dados de vítimas reais”, explicou o delegado Wanderson Pinheiro da Silva, da PF-RJ. O impacto, segundo ele, era significativo: atrasos nos pagamentos geravam desgaste emocional e dificuldades financeiras para famílias de baixa renda.

A investigação também identificou o pagamento de propina a funcionários da Caixa. Um dos colaboradores corruptos recebeu mais de R$ 300 mil para facilitar o acesso ao aplicativo, permitindo alterações em dados cadastrais e biométricos dos beneficiários. Com isso, o grupo tinha acesso a todos os benefícios pagos pelo Caixa Tem, incluindo FGTS, Bolsa Família e abono salarial.

Para dificultar a detecção, os criminosos recorriam a fotos geradas por inteligência artificial, além de selfies capturadas de forma estratégica. “A prioridade era que a imagem fosse clara e recente, independentemente de corresponder ao cadastro real”, disse Paulo Cesar Baroni, especialista em reconhecimento facial da PF-RJ.

O esquema começou a ser monitorado em 2022, mas os crimes datam de 2020. Felipe Quaresma foi preso na última quinta-feira (18) no bar em que trabalhava. Cristiano Bloise de Carvalho, outro integrante, também foi detido, enquanto quatro suspeitos seguem foragidos. Ambos respondem por estelionato qualificado, corrupção de funcionários públicos, inserção de dados falsos em sistema e organização criminosa.

A Caixa Econômica informou que colaborou com as investigações, afastou os funcionários envolvidos e reforçou a segurança do Caixa Tem, com atualizações constantes nos sistemas de reconhecimento facial. O vice-presidente de segurança do banco, Anderson Possa, destacou a criação de uma diretoria de cibersegurança para prevenir crimes digitais, mas reconheceu que a cooptação de funcionários continua sendo o ponto crítico: “Nenhuma tecnologia funciona sem o ser humano. Se a peça principal é corrompida, o sistema cai”, afirmou o especialista em segurança da informação Wanderley Abreu Júnior.

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