18°C 28°C
Belo Horizonte, MG
Publicidade

Operação “Rejeito” investiga esquema de corrupção em órgãos ambientais de Minas

Polícia Federal cumpre mandados contra empresários e servidores ligados à mineração ilegal em áreas tombadas do estado

17/09/2025 às 14h30
Por: Bianca Guimarães
Compartilhe:
Foto: ALEX DE JESUS / O TEMPO
Foto: ALEX DE JESUS / O TEMPO

Uma operação da Polícia Federal (PF), batizada de “Rejeito”, revelou nesta quarta-feira (17/9) um sofisticado esquema de mineração ilegal em Minas Gerais que contava com a colaboração de altos funcionários de órgãos ambientais estaduais e federais. O grupo atuava na extração de minério em locais protegidos, como a Serra do Curral, em Belo Horizonte, e a Serra de Botafogo, em Ouro Preto, mantendo a operação por meio de pagamentos de propina e fraudes documentais.

Durante a ação, 20 mandados de prisão foram emitidos, resultando na detenção de 15 pessoas, com dois suspeitos ainda foragidos. Entre os detidos estão os empresários Alan Cavalcante, proprietário da Fleurs Global Mineração; João Alberto Lages, ex-deputado estadual; e Helder Adriano, apontado como diretor operacional do esquema. Segundo a PF, a investigação teve início em 2020 e é um desdobramento da operação “Poeira Vermelha”, que apurava extrações irregulares de minério na Serra do Curral, em Nova Lima.

O inquérito aponta que Alan Cavalcante coordenava o pagamento de propinas, enquanto João Alberto Lages, ex-deputado e presidente da Associação de Mineradoras de Ferro do Brasil (AMFB), era responsável pela articulação política e negociação de áreas. Helder Adriano identificava novas regiões para exploração e intermediários, conhecidos como “laranjas”. O esquema contava ainda com servidores públicos cooptados em órgãos de fiscalização, incluindo a FEAM, IPHAN-MG e COPAM, que facilitavam a continuidade das operações ilegais.

A PF identificou uma extensa rede de mais de 42 empresas envolvidas, muitas delas Sociedades Anônimas, utilizadas para ocultar a origem dos recursos. O potencial econômico das operações ultrapassa R$ 18 bilhões, com lucro líquido estimado em R$ 9,5 bilhões. Dois operadores financeiros, apelidados de “Juninho” e o “homem da mala”, eram responsáveis pelo transporte e entrega de propinas a servidores públicos.

Entre os projetos minerários investigados estão a Fleurs Global Mineração Ltda., que operou por seis anos sem licenciamento adequado; o Projeto Taquaril e Rancho do Boi, na Serra do Curral; e os projetos Mina Patrimônio e HG Mineração, em Ouro Preto. Também está sob investigação o Projeto AIGA Mineração, ligado à Mina Capanema, em que servidores da ANM e da FEAM foram supostamente corrompidos para alterar interpretações de normas e suspender licenças ambientais.

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e o governo de Minas ainda não se manifestaram sobre a operação. Já a Agência Nacional de Mineração (ANM) informou que não recebeu comunicação oficial da PF, mas reafirmou compromisso com a legalidade e a colaboração com as autoridades. A investigação segue em andamento, e a PF trabalha para identificar e responsabilizar todos os envolvidos.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
Belo Horizonte, MG
20°
Chuvas esparsas

Mín. 18° Máx. 28°

20° Sensação
1.79km/h Vento
87% Umidade
100% (4.76mm) Chance de chuva
05h08 Nascer do sol
18h12 Pôr do sol
Seg 30° 18°
Ter 32° 18°
Qua 26° 19°
Qui 26° 17°
Sex 30° 16°
Atualizado às 02h01
Publicidade
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,30 +0,00%
Euro
R$ 6,15 -0,01%
Peso Argentino
R$ 0,00 +0,00%
Bitcoin
R$ 538,208,30 +1,37%
Ibovespa
157,738,69 pts 0.37%
Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade