17°C 26°C
Lagoa Santa, MG
Publicidade

CPI do INSS contesta STF após decisão que libera investigados de depor

Presidente da comissão, senador Carlos Viana, considera essencial a oitiva de presos acusados de fraudes bilionárias contra aposentados

14/09/2025 às 11h00
Por: Bianca Guimarães
Compartilhe:
Foto: Senado Notícias
Foto: Senado Notícias

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura fraudes em descontos de benefícios do INSS deve recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar garantir os depoimentos de dois dos principais investigados no esquema. O anúncio foi feito neste sábado (13/9) pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente do colegiado, após decisão do ministro André Mendonça que tornou facultativa a ida dos acusados à comissão.

Os empresários Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e Maurício Camisotti foram presos pela Polícia Federal na sexta-feira (12/9), em operação que investiga descontos não autorizados em aposentadorias e pensões. Mesmo após a prisão, a CPMI havia solicitado ao STF a liberação dos dois para que fossem ouvidos já na próxima semana. A decisão do ministro, no entanto, assegurou a eles o direito de não comparecer.

Para Viana, a presença dos investigados seria determinante para o avanço das apurações. “É fundamental que eles compareçam para que possamos esclarecer, com mais rapidez, tudo o que aconteceu. Respeito a decisão do ministro, mas considero injustificável liberar os investigados de prestar depoimento”, declarou o senador. Ele informou que ingressará com um mandado de segurança pedindo a revisão da medida.

As investigações da CPMI, abertas em 20 de agosto, se concentram em um esquema que teria causado prejuízos superiores a R$ 6 bilhões a aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024, por meio de descontos ilegais nas folhas de pagamento. O plano de trabalho do colegiado prevê que os fatos sejam analisados a partir de 2015, abrangendo os governos de Dilma Rousseff, Michel Temer, Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva.

Durante a operação da Polícia Federal que prendeu os dois empresários, foram apreendidos automóveis de luxo, armas, quadros e esculturas eróticas nas residências dos investigados. O material recolhido deve compor a análise sobre a origem do patrimônio e a possível ligação com o esquema de fraudes.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.