O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu início, neste domingo (7), ao desfile cívico-militar de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O evento de 2025 adotou como lema “Brasil Soberano”, reforçando a mensagem de defesa da independência e da identidade nacional em um cenário político marcado pelo julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pela discussão no Congresso sobre a anistia dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.
A cerimônia começou pouco depois das 9h, com a presença de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e de ministros de Estado. Diferentemente do ano anterior, nenhum dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) compareceu ao palanque das autoridades. Entre os eixos escolhidos pelo governo para este ano estão “Brasil dos Brasileiros”, “Brasil do Futuro” e a preparação para a COP30, conferência climática que ocorrerá em novembro, em Belém.
Antes do início dos desfiles, foram distribuídos bonés estampados com o mote da celebração, enquanto uma música composta para a data pela ministra da Cultura, Margareth Menezes, embalava a abertura. A comunicação visual da Esplanada também foi adaptada, substituindo cartazes de campanhas anteriores por mensagens vinculadas à soberania nacional.
Entre os presentes, estavam os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e ministros como Marina Silva, José Múcio, Rui Costa e Ricardo Lewandowski. Também participaram nomes do União Brasil e do Progressistas, partidos que recentemente recomendaram a saída de seus quadros do governo, como André Fufuca e Celso Sabino. Parte do público que acompanhava o desfile nas arquibancadas entoou gritos de “sem anistia”, em alusão ao projeto que tramita no Congresso para perdoar os envolvidos nos ataques de 2023.
Em pronunciamento transmitido em cadeia nacional na véspera do evento, Lula criticou adversários políticos e voltou a associar a defesa da soberania à preservação da democracia. “É inadmissível o papel de alguns políticos brasileiros que estimulam ataques ao país. São traidores da pátria. A história não os perdoará”, declarou, sem citar nomes diretamente.
O uso de mensagens nacionalistas, segundo auxiliares do Planalto, busca ressignificar bandeiras associadas ao bolsonarismo e reforçar a ideia de que a independência também passa pelo fortalecimento das instituições. Enquanto Lula endureceu o tom contra a anistia, o ministro da Defesa, José Múcio, afirmou em recente encontro que a decisão caberá ao Legislativo e pediu união em torno da reconstrução nacional.
Assim como em anos anteriores, a celebração do Dia da Independência foi marcada tanto por discursos políticos quanto por manifestações da sociedade civil. Para o governo, a aposta no tema “Brasil Soberano” é uma tentativa de unificar a narrativa em torno do patriotismo e de reafirmar a importância da democracia no cenário atual.
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