O governo federal anunciou nesta quinta-feira (4/9) o lançamento do programa Gás do Povo, que irá substituir o atual Auxílio Gás. A iniciativa prevê a distribuição gratuita de botijões de gás a 15,5 milhões de famílias em todo o país. Em Minas Gerais, a medida deve alcançar mais de 1,2 milhão de lares, o que corresponde a 3,6 milhões de pessoas, com expectativa de entrega de cerca de 5 milhões de botijões ao ano.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou do lançamento em Belo Horizonte, no Aglomerado da Serra, a maior comunidade de Minas, onde destacou a importância do programa para reduzir desigualdades sociais.
Diferente do modelo atual, que repassa o valor em dinheiro, o novo sistema permitirá a retirada direta do botijão em revendedoras credenciadas pelo governo federal. O benefício será voltado para inscritos no CadÚnico com renda de até meio salário mínimo por pessoa, priorizando quem já recebe o Bolsa Família. A quantidade de botijões varia conforme o tamanho da família: até três por ano para famílias de dois integrantes, quatro para três membros e seis para famílias com quatro ou mais pessoas.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), afirmou que mais de 58 mil pontos de revenda estarão preparados para iniciar a distribuição em novembro. Um aplicativo do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social permitirá que os beneficiários localizem os estabelecimentos credenciados e acessem um vale eletrônico. Também será possível obter o vale impresso em agências da Caixa Econômica Federal ou em lotéricas.
A execução do programa será financiada integralmente pelo Orçamento Geral da União, sem necessidade de créditos adicionais. Para 2024, já estão reservados R$ 3,57 bilhões para a política pública. Silveira ressaltou que a medida não compromete a responsabilidade fiscal e reforçou que a proposta busca aliar desenvolvimento econômico à inclusão social.
O setor de distribuição de gás vê a iniciativa como positiva. Pedro Turqueto, CEO da Copa Energia, avaliou que a medida trará investimentos e aumento de consumo, beneficiando não apenas as famílias atendidas, mas também a cadeia produtiva. A estimativa do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) é que a demanda cresça em 30 milhões de cargas anuais, um acréscimo de 7,5% sobre as atuais 400 milhões de cargas comercializadas no país.
Com previsão de distribuir cerca de 65 milhões de botijões por ano, o programa Gás do Povo marca uma mudança na política de acesso ao gás de cozinha, ampliando o alcance social e movimentando a economia do setor.
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