A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS aprovou, nesta quinta-feira (4/6), requerimentos que pedem informações sobre o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), entidade que tem como vice-presidente José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O sindicato está entre as organizações investigadas por suspeita de envolvimento em fraudes contra beneficiários do instituto.
Um dos pedidos solicita dados sobre pessoas que, nos últimos dez anos, tiveram procuração para atuar em nome da associação. Outro requerimento busca a identificação das contas bancárias fornecidas pelo Sindnapi para recebimento de recursos do Fundo do Regime Geral da Previdência Social entre 2015 e 2025.
A mesma sessão contou com a participação de Eliane Viegas Mota, diretora de Auditoria de Previdência da Controladoria-Geral da União (CGU), que relatou que, ainda em 2019, o INSS foi informado sobre possíveis irregularidades envolvendo descontos associativos.
Durante a reunião, o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou ter solicitado à Polícia Legislativa que vá a endereços relacionados ao lobista Antônio Carlos, conhecido como “Careca do INSS”, para assegurar sua notificação de convocação. Ele é apontado pela Polícia Federal como uma das lideranças do esquema de descontos indevidos e está entre os nomes que tiveram prisão preventiva solicitada ao Supremo Tribunal Federal.
Em nota, a defesa do lobista negou as acusações e declarou confiar na apuração das autoridades.
O colegiado também confirmou que o ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), será ouvido na próxima segunda-feira (8). Lupi deixou o cargo após a revelação do esquema que, segundo estimativas, resultou em descontos não autorizados de aproximadamente R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas.
Instalada no mês passado, a CPMI do INSS investiga práticas de corrupção e irregularidades ocorridas nos últimos dez anos, abrangendo gestões federais de Dilma Rousseff, Michel Temer, Jair Bolsonaro e Lula. A comissão realiza encontros às segundas-feiras, às 15h, e quintas-feiras, às 9h.
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