O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou nesta quarta-feira (3/9) o afastamento do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), por seis meses, em meio à segunda fase da Operação Fames-19, conduzida pela Polícia Federal (PF). A decisão, assinada pelo ministro Mauro Campbell, será submetida à análise da Corte Especial do STJ para confirmação pelos demais ministros.
Barbosa, que assumiu o governo em março de 2022 após a renúncia de Mauro Carlesse, é investigado por suposto desvio de recursos públicos destinados à aquisição de cestas básicas e frangos congelados durante a pandemia de Covid-19. A investigação apura que, entre 2020 e 2021, contratos de fornecimento teriam sido fraudados, resultando em prejuízo estimado em mais de R$ 73 milhões aos cofres públicos. Segundo a PF, parte dos valores teria sido ocultada por meio da compra de imóveis de luxo, aquisição de gado e despesas pessoais dos investigados.
A operação desta quarta-feira envolveu o cumprimento de 51 mandados de busca e apreensão e medidas cautelares em cidades como Brasília, Palmas, Araguaína, Imperatriz e João Pessoa. Barbosa já havia sido alvo de buscas na primeira fase da Operação Fames-19.
Com o afastamento, o vice-governador Laurez Moreira (PSD) assume interinamente o governo do Tocantins. Até o momento, Barbosa não se manifestou sobre a decisão.
A Operação Fames-19 segue tramitando sob sigilo no STJ e faz parte de investigações mais amplas sobre a utilização de recursos públicos durante a pandemia, incluindo supostas fraudes em contratos e desvios de verbas voltadas à assistência social. Mauro Carlesse, ex-governador do estado, também é alvo de investigações por desvios e fraudes, tendo ficado preso por mais de dois meses antes de obter liberdade em março por liminar do STJ.
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