O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) respondeu nesta quinta-feira (14) às críticas feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que classificou o Brasil como um dos “piores parceiros comerciais” e afirmou que o tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é uma “execução política”. Durante discurso em Recife (PE), Lula afirmou que Trump “conta um monte de mentiras” sobre o país, rebatendo a acusação de que o Brasil prejudica os norte-americanos nas relações comerciais.
“É mentira quando ele diz que só tem prejuízo no comércio com o Brasil. Mentira. Só tem lucro. É mentira quando diz que o Brasil é um péssimo parceiro comercial. O Brasil é bom, só não vai andar de joelhos para o governo americano”, declarou.
Trump, em entrevista coletiva também nesta quinta-feira, voltou a dizer que o Brasil tem sido “horrível” nas relações comerciais com os EUA e criticou o que chamou de perseguição política a Bolsonaro. Lula rebateu afirmando que o ex-presidente brasileiro está sendo julgado por tentar dar um golpe de Estado após perder as eleições de 2022, citando o plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa ataques com explosivos e veneno contra ele, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo Lula, as críticas de Trump sobre a democracia brasileira se assemelham ao discurso de Bolsonaro contra o sistema eleitoral. O petista comparou os atos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília, à invasão do Capitólio, nos EUA, em 2021, ressaltando que, caso Trump tivesse cometido os mesmos atos no Brasil, também enfrentaria julgamento.
A agenda presidencial em Recife incluiu a entrega de títulos de regularização fundiária à comunidade de Brasília Teimosa, o anúncio de ações do programa Aqui Tem Especialistas e a defesa do Mais Médicos, alvo de críticas de autoridades norte-americanas. Na véspera, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou a revogação dos vistos de funcionários e ex-funcionários ligados ao programa que atuaram em parceria com Cuba por meio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
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