A deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) levou sua filha de quatro meses ao plenário da Câmara dos Deputados durante um protesto realizado por aliados de Jair Bolsonaro (PL), após a decretação da prisão domiciliar do ex-presidente. O ato da oposição, iniciado na terça-feira (5/8), consistiu na ocupação das mesas de comando da Câmara e do Senado, com revezamento entre parlamentares que permaneceram no local inclusive durante a madrugada.
O episódio motivou o deputado federal Reimont (PT-RJ), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, a acionar o Conselho Tutelar de Brasília. No ofício, o parlamentar afirma que a conduta de Zanatta “pode configurar situação de exposição indevida de uma criança a risco” e citou preocupação com “ambiente de instabilidade, risco físico e tensão institucional”. Ele também mencionou o Estatuto da Criança e do Adolescente, que prevê proteção integral à criança.
Zanatta reagiu à denúncia afirmando que a medida visa inviabilizar o exercício profissional de uma mulher. “Os que estão atacando minha bebê não estão preocupados com a integridade da criança. Eles querem é inviabilizar o exercício profissional de uma mulher, usando sim uma criança como escudo”, declarou nas redes sociais. Ela também divulgou vídeos do momento e chegou a pedir uma fralda para trocar a bebê no plenário.
A ocupação terminou após o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), retomar o comando do plenário, em meio a ameaças de suspensão de mandato e apelos ao diálogo. Já o Senado, sob comando de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), optou por sessões remotas para evitar confrontos. O movimento da oposição pressiona por avanços em três pautas principais: a anistia de réus do 8 de janeiro, o fim do foro privilegiado e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes.
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