Os moradores do condomínio Solar de Brasília, onde o ex-presidente Jair Bolsonaro cumpre prisão domiciliar, manifestaram preocupação com o possível acampamento de apoiadores nas imediações da residência. Em um grupo de WhatsApp, residentes relataram aumento no número de pessoas próximas à entrada do condomínio, que reúne casas de alto padrão, e o consequente congestionamento na região. A movimentação tem gerado incômodo, com relatos de buzinaços e tumulto na noite seguinte à decretação da prisão, realizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, na segunda-feira (4/8).
O Solar de Brasília está localizado no Jardim Botânico, uma área valorizada da capital federal, composta por condomínios horizontais. A casa onde Bolsonaro reside atualmente é alugada pelo Partido Liberal (PL), do qual é presidente de honra, e fica a cerca de 10 quilômetros do Congresso Nacional. O ex-presidente e sua família já moraram em outra residência dentro do mesmo condomínio, mas mudaram-se após queixas sobre falta de privacidade devido à curiosidade dos vizinhos.
O condomínio oferece diversas opções de lazer para os moradores, incluindo parques infantis, quadras esportivas e encontros com food trucks, além de festas tradicionais e eventos que buscam integrar a comunidade local. A taxa mensal para manutenção das áreas comuns varia entre R$ 887 e R$ 976, dependendo do prazo de pagamento.
A decisão de Moraes que impôs a prisão domiciliar a Bolsonaro foi motivada pelo descumprimento de medidas cautelares, entre elas a proibição de uso de redes sociais e contato com terceiros para disseminar mensagens. O ministro apontou que Bolsonaro violou essas regras ao participar remotamente de manifestações contra o STF no último domingo (4/8), por meio de chamadas de vídeo e publicações feitas por seus filhos e aliados.
A prisão domiciliar também inclui a apreensão imediata dos celulares do ex-presidente, que é réu em ação penal por suposto envolvimento em plano para golpe de Estado após as eleições de 2022. Em sua decisão, Moraes ressaltou a coordenação dos filhos de Bolsonaro em manifestações que buscariam interferir no andamento do julgamento.
Por sua vez, os advogados de Bolsonaro contestaram a prisão domiciliar, afirmando que o ex-presidente não descumpriu as medidas e que sua participação nas manifestações por vídeo não configura desrespeito às restrições impostas. Eles afirmaram ainda que vão recorrer da decisão. Enquanto isso, o condomínio e a vizinhança seguem atentos à movimentação, diante da expectativa de possíveis protestos e a presença constante de apoiadores.
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