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PF indicia Bolsonaro, Carlos, Ramagem e mais de 30 por esquema de espionagem na ‘Abin paralela’

Esquema de espionagem ilegal durante o governo Bolsonaro usava tecnologia sem autorização judicial para monitorar adversários

17/06/2025 às 12h00 Atualizada em 18/06/2025 às 11h58
Por: Por Redação
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Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

A Polícia Federal concluiu nesta terça-feira, 17 de junho, o inquérito que investigava a existência de uma estrutura clandestina de espionagem dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Com o fim das investigações, a PF indiciou mais de 30 pessoas, incluindo o próprio ex-presidente, o vereador Carlos Bolsonaro, um de seus filhos, e o deputado federal Alexandre Ramagem, que chefiou a Abin na gestão anterior.

De acordo com o relatório entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), o grupo utilizava indevidamente ferramentas de geolocalização para monitorar autoridades públicas, políticos, jornalistas e outras pessoas consideradas adversárias do governo. A espionagem era feita sem autorização judicial, por meio do software FirstMile, que rastreava celulares e dispositivos eletrônicos. A prática, segundo a PF, caracterizava uma grave violação de privacidade e uso ilegal da máquina pública para fins políticos e pessoais.

Entre os alvos monitorados estavam os ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia, e o ex-governador do Ceará Camilo Santana, então à frente da administração estadual. A apuração revelou também que o sistema teria sido utilizado para criar relatórios com o objetivo de beneficiar o senador Flávio Bolsonaro em sua defesa no caso das supostas "rachadinhas", investigadas quando ele era deputado estadual no Rio de Janeiro.

A Operação Última Milha, deflagrada em outubro de 2023 e que deu origem ao inquérito, revelou que o software foi acionado mais de 60 mil vezes entre 2019 e 2023, com um aumento expressivo de acessos em 2020, ano das eleições municipais. Em janeiro de 2025, agentes federais realizaram buscas em endereços ligados a Carlos Bolsonaro, encontrando provas de que havia quatro núcleos de atuação que alimentavam e operavam a estrutura paralela.

As investigações também identificaram o envolvimento de duas assessoras: Luciana Almeida, ligada diretamente a Carlos Bolsonaro, e Priscilla Pereira e Silva, então assessora de Ramagem. Ambas atuavam como intermediárias na obtenção de informações sigilosas e na troca de mensagens entre os integrantes do esquema. Em uma das conversas interceptadas, Luciana solicita que Ramagem acesse inquéritos envolvendo membros da família Bolsonaro. Em outro trecho, Ramagem teria mapeado, a pedido de Carlos, investigações eleitorais contra adversários do vereador no Rio de Janeiro.

O caso agora está sob análise do STF, que deverá decidir se aceita ou não as denúncias e se abre processo contra os indiciados. A repercussão política e jurídica do caso é ampla, envolvendo possíveis desdobramentos sobre o uso da inteligência de Estado para fins particulares e eleitorais durante o governo anterior.

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