O Supremo Tribunal Federal (STF) começa nesta segunda-feira (9), às 14h, a ouvir os réus do chamado núcleo 1 da tentativa de golpe de Estado investigada após as eleições de 2022. O ex-presidente Jair Bolsonaro está entre os oito acusados que prestarão depoimento ao longo da semana, em uma das fases finais do processo conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes. Os interrogatórios ocorrerão presencialmente na sala da Primeira Turma do STF e terão transmissão ao vivo pela TV Justiça.
O primeiro a depor será o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator no caso. Os demais réus — entre eles o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o general Augusto Heleno, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o próprio Bolsonaro — serão ouvidos em sequência até sexta-feira (13), sempre a partir das 9h. O general Walter Braga Netto, que foi candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro, prestará depoimento por videoconferência, já que está preso desde dezembro de 2023 por suspeita de atrapalhar as investigações e tentar obter informações da delação de Cid.
Durante os interrogatórios, além de Moraes, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e os advogados de defesa poderão questionar os réus, que têm o direito de permanecer em silêncio ou se recusar a responder perguntas que possam incriminá-los, conforme previsto na Constituição.
Os oito acusados respondem por crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Segundo a acusação, eles integrariam o núcleo decisório de um plano que visava impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, por meio de medidas ilegais e antidemocráticas.
Com os depoimentos desta semana, o processo avança para sua fase conclusiva. A expectativa é de que o julgamento que decidirá pela condenação ou absolvição dos envolvidos ocorra ainda no segundo semestre de 2025. Caso condenados, os réus poderão enfrentar penas superiores a 30 anos de prisão.
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