O ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus denunciados por envolvimento na tentativa de golpe de Estado serão interrogados no Supremo Tribunal Federal (STF) na próxima segunda-feira, 9 de junho, às 14h. A audiência será realizada de forma presencial na sala de julgamentos da Primeira Turma da Corte, conforme despacho do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. Essa etapa ocorre após o encerramento da fase de oitivas de testemunhas, concluída nesta segunda-feira (2), quando foram ouvidos 52 depoentes indicados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelas defesas.
O primeiro a prestar depoimento será o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do inquérito. Na sequência, o ex-presidente e os demais réus serão ouvidos em ordem alfabética. Eles são apontados como integrantes do núcleo central da suposta tentativa de ruptura institucional, identificados como “núcleo 1” da trama golpista, e respondem por crimes graves como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
A denúncia contra os oito acusados foi recebida por unanimidade pela Primeira Turma do STF em 26 de março deste ano. Além de Bolsonaro e Mauro Cid, compõem o grupo os generais Walter Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira; o general Augusto Heleno; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-comandante da Marinha Almir Garnier; e Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
O processo que envolve figuras centrais do governo anterior e das Forças Armadas está entre os mais sensíveis e relevantes do atual cenário político-jurídico do país. A expectativa é que o julgamento definitivo ocorra ainda neste ano, e, em caso de condenação, os réus poderão enfrentar penas superiores a 30 anos de prisão. O caso segue sob intensa atenção nacional e internacional, dada a gravidade dos fatos investigados e o impacto institucional das acusações.
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