O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, negou nesta quinta-feira (15) que o governo esteja preparando qualquer tipo de pacote para elevar a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A declaração foi dada após rumores sobre um possível reajuste no valor mínimo do Bolsa Família e a adoção de medidas de estímulo ao setor energético. Segundo Haddad, as únicas ações em estudo são de caráter técnico e visam exclusivamente o cumprimento da meta fiscal de resultado primário zero neste ano.
As medidas, segundo o ministro, seriam levadas a Lula ainda nesta semana, mas, por conta do falecimento do ex-presidente uruguaio Tabaré Vázquez, a apresentação foi adiada para a próxima. “São medidas pontuais para lidar com gargalos que afetam as receitas e aumentam despesas. Não se trata de um novo pacote fiscal, como o que foi aprovado no fim do ano passado”, explicou Haddad. Ele ressaltou que não se trata de uma ação ampla, mas de ajustes cirúrgicos no orçamento. “Não dá nem para chamar de pacote”, resumiu.
Haddad reafirmou o compromisso do governo com a meta estabelecida pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, que prevê resultado primário zero, com margem de tolerância de até R$ 31 bilhões em déficit, o equivalente a 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB).
Sobre os boatos de um possível aumento do valor mínimo do Bolsa Família para R$ 700 a partir de 2026, o ministro foi categórico: “Não existe nenhum estudo, demanda ou pedido de reforço orçamentário por parte do Ministério do Desenvolvimento Social. Zero”, afirmou. Ele também descartou qualquer movimentação semelhante vinda de outros ministérios.
Haddad criticou a disseminação de rumores como forma de manipulação do mercado financeiro. “O Orçamento de 2026 nem começou a ser discutido. Isso só acontece entre o fim de junho e o início de julho. Criar boato agora só ajuda especulador a ganhar dinheiro. Não é papel do governo alimentar esse tipo de movimento”, completou.
A fala do ministro visa estancar ruídos que surgiram após notícias de bastidores indicarem uma possível tentativa de usar programas sociais como instrumento político em ano pré-eleitoral. A pasta da Fazenda reforça que o foco permanece em manter o equilíbrio fiscal e evitar pressões que coloquem em risco a responsabilidade com as contas públicas.
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