O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou que a oposição na Assembleia Legislativa está tentando tirar proveito eleitoral ao acionar o Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG) contra o projeto de concessões rodoviárias no Vetor Norte da região metropolitana de Belo Horizonte. Em entrevista à rádio Itatiaia, Zema defendeu o modelo de concessão como caminho para o desenvolvimento da infraestrutura estadual e afirmou que a suspensão do edital, determinada pelo TCE-MG após a ação dos deputados oposicionistas, ignora modificações importantes feitas pelo governo para atender às exigências legais.
Segundo Zema, a equipe da Secretaria de Infraestrutura, liderada por Pedro Bruno, seguiu todos os trâmites legais, realizou audiências públicas e adaptou o projeto com o objetivo de evitar prejuízos à população. “Toda vez que você tem alguma mudança, algum projeto, sempre tem alguém que quer tirar proveito eleitoral. Faz parte da política. Mas nós fomos super criteriosos. Nenhum transporte coletivo vai pagar pedágio, o usuário constante terá desconto progressivo e quem utiliza mais de uma vez por dia, como taxistas e motoristas de aplicativo, pagará apenas uma tarifa”, declarou.
O governador também criticou iniciativas que incentivam motoristas a burlarem as praças de pedágio, como os vídeos recentemente publicados pelo senador Cleitinho Azevedo (Republicanos), possível candidato ao governo de Minas. Para Zema, esse tipo de discurso é irresponsável e não contribui para o progresso do estado. “Infelizmente tem gente querendo construir desvio para que ninguém pague pedágio. Daqui a pouco, vamos viver só de desvio, e nenhum país do mundo se desenvolveu assim. O que desenvolve é estrada boa. E muitas vezes isso exige pedágio, porque o Estado não tem recurso nem para pagar salário, quanto mais para construir rodovias novas”, argumentou.
Zema reforçou que o Vetor Norte depende de melhorias viárias para continuar crescendo e que, sem investimentos, regiões como o eixo entre Belo Horizonte e Sete Lagoas podem estagnar. “Precisamos deixar a ficha cair e parar de vender sonhos. O que é melhor para o vetor norte de Belo Horizonte? São estradas melhores, que comportem mais veículos. Caso contrário, aquela região não vai crescer”, disse.
A concessão foi suspensa pelo conselheiro Agostinho Patrus, do TCE-MG, após apontamentos de falhas no processo, como divulgação insuficiente das audiências públicas — realizadas apenas presencialmente —, alteração de cláusulas no edital sem justificativa técnica e tarifas consideradas excessivas. A decisão foi confirmada pelo plenário do Tribunal. Já os deputados de oposição alegam que o modelo de pedágios proposto traria impactos negativos à vida dos moradores da Grande BH, especialmente nas cidades mais afetadas pelas rotas das concessões.
Zema, por sua vez, reforçou que a medida visa a modernização da malha rodoviária e a melhoria da mobilidade, algo que o Estado, sozinho, não consegue sustentar financeiramente. Para ele, travar projetos como esse por disputas políticas prejudica diretamente a população que depende da infraestrutura para trabalhar, estudar e se desenvolver.
Mín. 17° Máx. 23°