O Zoológico de Belo Horizonte tem uma nova e ilustre moradora: Maya, uma onça-pintada de 10 meses de idade. Nascida em junho de 2023 no Animália Park, em Cotia (SP), a jovem felina agora passa por um período de quarentena nas dependências do Zoo da capital mineira, etapa obrigatória para garantir sua adaptação ao novo ambiente e assegurar que não haja risco sanitário para os demais animais do local. Considerada o maior felino das Américas, a onça-pintada é uma espécie ameaçada de extinção e figura nas listas vermelhas nas categorias “quase ameaçada” e “vulnerável”.
Com cerca de 35 quilos e temperamento descrito como tranquilo e interativo, Maya se mostra saudável, brincalhona e receptiva aos estímulos ofertados pelos tratadores. Durante a quarentena, que deve durar aproximadamente 30 dias, ela será submetida a um check-up completo, com exames laboratoriais e de imagem. “Além da observação cotidiana, realizaremos exames de fezes, sangue, urina, raio-x e ultrassonografia. Tudo isso é essencial para garantir a saúde do animal e evitar qualquer risco à fauna do zoológico”, explica o médico veterinário Carlyle Mendes Coelho, gerente do Hospital Veterinário do Jardim Zoológico.
A chegada de Maya marca o retorno da espécie ao plantel do Zoo de BH após a morte da onça Janis, em 2023, que viveu até os 19 anos — superando a média de vida da espécie tanto na natureza quanto em cativeiro. Atualmente, o espaço abriga quatro onças-pardas, e Maya passará a integrar o grupo de grandes felinos cuidados pela Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica da capital mineira.
A vinda da onça-pintada para Belo Horizonte só foi possível graças ao Programa de Conservação ex situ de Onça-Pintada do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Através de um Acordo de Cooperação Técnica com a Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (AZAB), o Zoológico de BH, membro da AZAB e signatário do programa, foi selecionado para receber o animal. “O Zoo de BH é reconhecido nacionalmente pelo cuidado e manejo de fauna, o que pesou bastante na decisão do ICMBio. Maya chega para somar aos nossos esforços em prol da conservação da biodiversidade brasileira”, afirma a bióloga e diretora da Zoobotânica, Sandra Cunha.
Depois de passar pelo processo de adaptação, Maya será apresentada ao público e poderá ser observada por quem visita o zoológico, reforçando o papel educativo da instituição ao sensibilizar a população para a importância da preservação das espécies nativas, como a onça-pintada, um dos símbolos da fauna do Cerrado brasileiro.
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