Em sessão marcada por protestos e galerias lotadas, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou, em primeiro turno, o reajuste salarial de 5,26% para os profissionais da educação básica da rede estadual. A proposta, de autoria do governador Romeu Zema (Novo), recebeu 56 votos favoráveis e nenhum contrário, mas passou sem as emendas que buscavam estender o benefício a outras 18 categorias do funcionalismo público.
Durante toda a votação, sindicatos e servidores entoaram palavras de ordem no plenário, tentando sensibilizar os deputados para as pautas das demais categorias. A oposição e o deputado Sargento Rodrigues (PL) apresentaram quatro emendas, incluindo a tentativa de garantir o mesmo reajuste a todos os servidores e impedir que profissionais da base da educação recebam menos que um salário mínimo. No entanto, as propostas foram rejeitadas pela base governista, que sustentou o texto original do Executivo sem alterações.
A disputa em torno do reajuste começou ainda na tramitação em comissões. Na Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, as emendas também foram barradas. Na Comissão de Constituição e Justiça, a tentativa do deputado Jean Freire (PT) de aumentar o índice para 6,27% foi rechaçada com base em impedimentos constitucionais, já que parlamentares não podem propor aumento de despesa ao Estado.
A aprovação do projeto, mesmo restrita à educação, foi comemorada pelo governo como um avanço no reconhecimento dos profissionais da área, mas deixou um rastro de insatisfação entre os demais servidores públicos que lotaram a Assembleia em busca de uma recomposição salarial mais ampla. A votação em segundo turno ainda será marcada, e os sindicatos prometem manter a pressão.
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