O Hospital Risoleta Tolentino Neves, localizado na região Norte de Belo Horizonte, voltou a realizar atendimentos no pronto-socorro na noite desta segunda-feira, 28 de abril, após um período de restrições devido à superlotação. A unidade retomou gradualmente o acolhimento de pacientes classificados como não críticos, além dos casos de emergência e muita urgência, que já vinham sendo atendidos durante a paralisação parcial.
A medida de restringir o atendimento havia sido tomada pela direção da instituição na tarde do mesmo dia, diante do cenário de colapso no setor de urgência, que chegou a operar com 171 pacientes simultaneamente — quase o dobro da capacidade operacional, que é de 90 pessoas. De acordo com a administração do hospital, a reabertura parcial só foi possível após a ativação do Plano de Capacidade Plena, mecanismo de gestão utilizado quando a demanda ultrapassa os limites estruturais da unidade. Também foi necessário transferir parte dos pacientes para outros hospitais da Rede de Urgência e Emergência.
Na manhã desta terça-feira, 29 de abril, o hospital ainda apresentava cenário de sobrecarga, com 124 pacientes em atendimento no pronto-socorro. Segundo nota divulgada pela instituição, desde a última sexta-feira (25), houve um aumento de 20% na procura por atendimento de casos graves, o que pressionou ainda mais a estrutura hospitalar.
A situação gerou divergências quanto à responsabilidade pela gestão da unidade. Enquanto a prefeitura de Belo Horizonte declarou que não tem responsabilidade sobre o hospital, o governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), rebateu afirmando que a manutenção do Risoleta Neves é feita com recursos tripartite — provenientes dos governos Federal, Estadual e Municipal — e destacou que a maior parte da receita da instituição vem do Estado, com repasses anuais de cerca de R$ 130 milhões. O Executivo estadual também garantiu que não há atrasos nos repasses de sua responsabilidade, os quais são realizados por meio do Fundo Municipal de Saúde.
Apesar da reabertura do atendimento para casos menos graves, a direção do hospital reforçou que as medidas adotadas visam garantir a qualidade e segurança da assistência prestada, enquanto segue monitorando a situação para evitar novo colapso nos serviços de urgência.
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