O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou piora clínica nos últimos dias e permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular em Brasília, após ter sido submetido a uma cirurgia no dia 13 de abril para tratar uma obstrução intestinal. Segundo boletim médico divulgado nesta quinta-feira (24), Bolsonaro teve elevação da pressão arterial e alterações nos exames laboratoriais do fígado, o que motivou a realização de novos exames de imagem. Ainda conforme o comunicado, ele segue em jejum oral e está sendo alimentado exclusivamente por nutrição parenteral, além de continuar com fisioterapia motora e medidas de prevenção de trombose venosa.
Assinado por seis médicos que acompanham o ex-presidente, o documento é o primeiro a indicar uma piora em seu quadro desde a cirurgia. A equipe é composta por Cláudio Birolini, chefe da equipe cirúrgica; Leandro Echenique e Brasil Caiado, cardiologistas; Antônio Aurélio de Paiva Fagundes Júnior, coordenador da UTI; Guilherme Meyer, diretor médico do hospital; e Allisson Barcelos Borges, diretor-geral da instituição.
Apesar da recomendação médica de não receber visitas, Bolsonaro foi visitado nesta quarta-feira (23) pelo presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, e pelo pastor Silas Malafaia. Um dia antes, participou de uma live transmitida de dentro do hospital, que acabou sendo usada como argumento pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para autorizar a intimação do ex-presidente no processo que investiga tentativa de golpe de Estado após sua derrota nas eleições de 2022.
A intimação foi entregue por uma oficial de Justiça às 12h47 de quarta-feira, com registro em vídeo pela própria equipe de Bolsonaro. O conteúdo foi publicado nas redes sociais do político, que incentivou sua divulgação. No vídeo, com duração de 11 minutos, Bolsonaro questiona em diversos momentos a atuação da servidora.
A gravação gerou reação de entidades representativas dos oficiais de Justiça, que divulgaram uma nota de repúdio à exposição da profissional. Segundo o Sindicato Nacional dos Oficiais de Justiça Federais (SINDOJAF) e a Associação Nacional União dos Oficiais de Justiça do Brasil (UniOficiais/BR), a divulgação foi indevida, não autorizada e “sensacionalista”, com objetivo de distorcer os fatos e constranger a oficial. As entidades afirmaram que darão suporte à servidora e tomarão providências para responsabilizar os envolvidos na tentativa de intimidar o cumprimento da ordem judicial.
Bolsonaro está hospitalizado desde a noite de sábado (12) e passou por uma cirurgia de 12 horas no domingo (13), considerada a mais longa e complexa desde a facada sofrida durante a campanha presidencial de 2018, em Juiz de Fora. O procedimento foi realizado para remover aderências intestinais e reconstruir a parede abdominal. Apesar da gravidade da operação, os médicos afirmaram que não houve complicações cirúrgicas. A previsão é de que o ex-presidente permaneça internado por aproximadamente 15 dias e leve de dois a três meses para se recuperar completamente, sem necessidade de novas intervenções.
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