O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Janja viajarão à Itália nos próximos dias para participar do velório do Papa Francisco, que faleceu nesta segunda-feira (21), aos 88 anos, em seu apartamento no Vaticano. A data exata da viagem ainda não foi definida pelo Palácio do Planalto, mas está confirmada a presença do casal no funeral, que seguirá os tradicionais Nove Dias Santos, rito de luto da Igreja Católica. O corpo do pontífice será velado na Basílica de São Pedro e o enterro está previsto para acontecer até seis dias após a morte.
Logo após a confirmação do falecimento de Francisco, Lula decretou luto oficial de sete dias no Brasil, com bandeiras hasteadas a meio-mastro em todos os prédios públicos federais. Em uma nota emocionada, o presidente destacou a importância do Papa argentino, que considerava os pobres, os marginalizados e os excluídos como prioridade de sua missão. “Francisco foi o Papa de todos, mas principalmente dos excluídos, dos mais pobres, dos injustiçados, dos imigrantes, dos que não têm voz, das vítimas da fome e do abandono. Para ele, somos todos irmãos, criados para amarmos uns aos outros. Por sermos todos irmãos, não há razão para tanta discórdia, tanto ódio, tantas guerras e tanta desigualdade no mundo”, afirmou Lula, encerrando a homenagem com uma frase carinhosa: “Francisco foi o mais brasileiro dos argentinos”.
A relação entre Lula e Francisco foi marcada por encontros pessoais, correspondências e gestos de afinidade. O pontífice recebeu o presidente brasileiro em audiência no Vaticano em 2023, durante a primeira viagem internacional do terceiro mandato. Um novo reencontro aconteceu no ano seguinte, quando Lula esteve na Itália para participar da Cúpula do G7. A primeira-dama também manteve contato direto com o Papa em uma terceira ocasião, durante uma visita a Roma em fevereiro deste ano, enquanto Lula se recuperava de um problema de saúde. Em outro gesto simbólico, Lula e Janja celebraram juntos uma missa na capela do Palácio da Alvorada pela recuperação do Papa, quando ele esteve internado por pneumonia.
Além dos encontros formais, os dois líderes trocaram cartas durante o período em que Lula esteve preso em Curitiba. Francisco foi um dos nomes mais influentes a se manifestar publicamente sobre a situação do então ex-presidente, fortalecendo uma relação marcada por afinidade política, espiritual e humana. Agora, com a morte do Papa que conquistou admiradores dentro e fora da Igreja, Lula prepara-se para a despedida daquele que, para ele, representou a voz dos invisíveis no mundo.
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