O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, foi indiciado pela Polícia Federal por suspeita de envolvimento em um esquema de manipulação de resultados no Campeonato Brasileiro de 2023. O jogador mineiro, natural de Belo Horizonte, teria forçado um cartão amarelo durante a partida contra o Santos para favorecer apostadores, incluindo seu próprio irmão, que também foi indiciado junto a outras nove pessoas. A PF considera que o atleta cometeu os crimes de estelionato e fraude em competição esportiva, conforme previsto na nova Lei Geral do Esporte.
A investigação teve como ponto de partida uma comunicação da Unidade de Integridade da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que identificou indícios de manipulação no mercado de apostas voltadas a punições disciplinares, como cartões, com base em relatórios da International Betting Integrity Association (IBIA) e da empresa Sportradar. A partir disso, a PF deflagrou uma operação em novembro de 2024, com mandados de busca e apreensão cumpridos em endereços ligados aos suspeitos, incluindo casas em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, além do centro de treinamento do Flamengo.
No celular de Bruno Henrique, foram encontradas 3.989 conversas no WhatsApp, muitas delas apagadas ou sem conteúdo, o que, segundo os investigadores, pode indicar tentativa de ocultação de provas. Já no aparelho do irmão do jogador, a PF localizou mensagens consideradas comprometedoras. Em uma delas, o parente questiona quando o atacante tomaria o terceiro cartão amarelo, ao que Bruno Henrique responde: “Contra o Santos”. A advertência realmente aconteceu no jogo em questão, corroborando as suspeitas.
Em nota, o Flamengo afirmou não ter sido comunicado oficialmente pelas autoridades e declarou seu compromisso com o fair play esportivo. No entanto, o clube também destacou a importância do respeito à presunção de inocência e ao devido processo legal, frisando que o atleta tem direito ao contraditório e à ampla defesa. Até o momento, Bruno Henrique ainda não se manifestou publicamente sobre o caso.
Segundo a Polícia Federal, os dados obtidos com o apoio da Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda indicam que as apostas foram realizadas por familiares do jogador e por um grupo que ainda está sendo investigado. Se condenado, Bruno Henrique poderá enfrentar pena de dois a seis anos de reclusão, conforme estipula a legislação esportiva brasileira para crimes contra a integridade dos resultados de competições.
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