Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, se destaca como exemplo nacional no enfrentamento ao Acidente Vascular Cerebral (AVC). Com uma população inferior a 100 mil habitantes, o município conseguiu construir uma linha de cuidados completa e gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que vai desde o atendimento de urgência até a reabilitação dos pacientes. Essa conquista, impulsionada pela atuação da Associação Mineira do AVC (AMAVC), transformou a realidade da cidade e tem potencial para ser replicada em todo o país.
O projeto, resultado da união entre profissionais da saúde, gestores municipais e estaduais, e da mobilização social, foi fundamental para que o Hospital Lindouro Avelar passasse a contar com leitos exclusivos na Unidade de AVC (U-AVC). Além disso, o serviço do SAMU 192 foi integrado à rede de atenção ao AVC, garantindo socorro rápido e especializado. Após o atendimento hospitalar, os pacientes recebem suporte na reabilitação neurofuncional por meio da AMAVC, que atua também no acolhimento às famílias dos chamados “avecistas”.
Esse modelo articulado de cuidados não apenas salvou vidas, como também colaborou para uma mudança expressiva em todo o estado de Minas Gerais. Em poucos anos, o número de hospitais com Unidades de AVC saltou de apenas cinco para 41. A expansão da rede é um reflexo direto do sucesso de iniciativas como a de Lagoa Santa, que comprovam que, com estrutura mínima, capacitação e compromisso, é possível reduzir significativamente as sequelas do AVC e promover um retorno mais digno e rápido à vida cotidiana.
Apesar dos avanços, os desafios permanecem. A AMAVC hoje enfrenta uma grande fila de espera para atendimentos de reabilitação e lida com a falta de reconhecimento sobre a importância do seu trabalho. Por isso, a entidade reforça a importância da colaboração da sociedade, seja por meio da divulgação do seu trabalho ou por doações financeiras, que podem ser feitas pelo Pix ou diretamente na sede, localizada na Rua José Salomão Filho, 70, no bairro Brant, em Lagoa Santa.
A luta contra o AVC ainda exige esforço e apoio, mas o exemplo de Lagoa Santa prova que é possível transformar a realidade mesmo em cidades pequenas, desde que haja vontade, organização e sensibilidade com o outro.
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