Minas Gerais está entre os poucos estados brasileiros a contar com um curso de medicina que alcançou a nota máxima na mais recente avaliação do Ministério da Educação (MEC). O Centro Universitário Governador Ozanam Coelho (Unifagoc), localizado em Ubá, na Zona da Mata, é uma das seis instituições de ensino superior do país a atingir o conceito 5 no Conceito Preliminar de Curso (CPC), indicador de qualidade do MEC divulgado nesta sexta-feira (11). A nota máxima foi obtida por apenas 1,9% dos 309 cursos de medicina avaliados em 2023.
Entre os seis cursos com conceito 5, cinco pertencem a instituições privadas sem fins lucrativos — incluindo a mineira — e um é estadual. Geograficamente, cinco estão localizados em São Paulo, e apenas um em Minas Gerais. O resultado reforça a excelência da Unifagoc em um cenário marcado por um número crescente de faculdades de medicina, sobretudo privadas, que disputam um mercado aquecido por altas mensalidades e baixa inadimplência.
O CPC leva em consideração diversos aspectos do curso, como o desempenho dos estudantes no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), a infraestrutura oferecida, o corpo docente e os recursos didático-pedagógicos. Ainda que o Enade seja alvo de críticas — como a ausência de sanções para alunos com baixo desempenho e acusações de que a prova mede apenas habilidades genéricas —, os resultados continuam sendo referência na avaliação da qualidade das graduações no país.
Apesar de apenas seis cursos terem alcançado o conceito máximo, cerca de 40,4% das graduações avaliadas conseguiram notas 4 ou 5, consideradas ideais. A maioria dos cursos, no entanto, ficou com nota 3, um conceito regular. O crescimento acelerado de escolas médicas nos últimos anos, impulsionado por programas como o Mais Médicos e por interesses do setor privado, tem levantado preocupações quanto à qualidade do ensino na área. Em 2023, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a abertura de novos cursos e vagas deve seguir critérios estabelecidos em edital do Mais Médicos, priorizando regiões com escassez de profissionais.
No Congresso Nacional, tramita ainda um projeto que propõe a criação de um exame nacional obrigatório para médicos recém-formados, nos moldes do Exame da OAB para advogados, como condição para exercer a medicina no país.
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