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Caravelas ecológicas são instaladas na lagoa da Pampulha para ajudar na despoluição

Quatro Caravelas Ecológicas foram instaladas nas águas do reservatório, com o objetivo de monitorar e melhorar a qualidade da água utilizando tecnologias sustentáveis

06/04/2025 às 12h47
Por: Redação
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Foto: João Godinho / O TEMPO
Foto: João Godinho / O TEMPO

A lagoa da Pampulha, um dos principais cartões-postais de Belo Horizonte, ganhou nesta sexta-feira (4) um reforço inovador no combate à poluição. Quatro Caravelas Ecológicas foram instaladas nas águas do reservatório, com o objetivo de monitorar e melhorar a qualidade da água utilizando tecnologias sustentáveis.

As estruturas flutuantes, desenvolvidas pela empresa Infinito Mare em parceria com a Zurich Seguros, foram projetadas para atuar de forma passiva, movidas apenas pelo vento e pelas correntes naturais. Elas giram sobre o próprio eixo, atraindo organismos nativos da água que, ao se fixarem nas caravelas, contribuem para a absorção de poluentes.

“Não introduzimos nada novo no ecossistema. Deixamos a natureza agir. As algas crescem, acumulam a poluição, e quando removidas, essa carga poluente também é retirada”, explica Bruno Libardoni, CEO da Infinito Mare e idealizador do projeto.

Soluções baseadas na natureza
O projeto adota o conceito de Soluções Baseadas na Natureza (SbN), utilizando processos ecológicos para restaurar ambientes degradados. As algas que se desenvolvem nas caravelas consomem nutrientes da água, capturam dióxido de carbono (CO₂), oxigenam o ambiente e absorvem poluentes como metais pesados e excesso de nutrientes, promovendo um processo natural de despoluição.

Lagoa da Pampulha: desafios antigos
A lagoa enfrenta há décadas problemas com esgoto irregular e resíduos sólidos trazidos pelas chuvas. Parte do esgoto despejado vem de municípios vizinhos, como Contagem, cujos córregos desembocam na Pampulha. Segundo a Prefeitura de Contagem, 196 processos administrativos já foram abertos contra imóveis que não estão conectados à rede oficial de esgoto. A Copasa é a responsável pela execução do plano de despoluição.

Repercussão
A novidade foi bem recebida por quem frequenta a orla da Pampulha. A aposentada Rosângela Ramos, moradora da região, acredita que o projeto traz esperança:

“Muitas pessoas desanimam de vir caminhar por causa do forte odor. Melhorando a água, melhora a experiência. Aqui é o cartão-postal da cidade.”

Já a empresária Luiza Ling, de 25 anos, destacou a importância da limpeza e da educação ambiental:

“Se funcionar, será ótimo. Mas muita gente ainda joga lixo aqui. A mudança precisa ser coletiva.”

Visitando BH pela primeira vez, o biólogo Fábio Oliveira, de São João do Paraíso (MG), ficou surpreso com a tecnologia:

“Nunca vi nada assim em Minas. Se ajudar a tornar a água potável de novo, é uma excelente iniciativa.”

Próximos passos
Segundo Lucía Sarraceno, diretora de marketing da Zurich Seguros, a fase atual é experimental. As quatro caravelas ficarão na lagoa por três meses, enquanto os dados de qualidade da água serão analisados pela Infinito Mare.

“É um pré-projeto. Queremos entender o impacto e planejar uma ação de longo prazo para despoluir de forma eficaz a lagoa da Pampulha”, afirmou Lucía.

A expectativa é que os primeiros resultados comecem a ser divulgados ainda neste semestre, indicando se as caravelas podem, de fato, ajudar a reverter o quadro ambiental da lagoa que já foi símbolo de lazer e cartão-postal da capital mineira.

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