O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou nesta terça-feira (18) que se licenciará do mandato por tempo indeterminado e permanecerá nos Estados Unidos. Em um vídeo publicado em seu canal no YouTube, ele justificou a decisão afirmando que buscará “justas punições” para o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e denunciou o que considerava uma perseguição política e judicial contra ele e sua família.
Eduardo afirmou que não receberá pagamentos durante a licença e que seguirá representando suas eleições de forma independente. “Da forma que eu assumi o mesmo mandato parlamentar para representar a minha nação, eu abdico temporariamente dele para seguir bem representando milhões desses irmãos de pátria que me incumbiram dessa nobre missão”, declarou.
No vídeo, o parlamentar fez duras críticas a Moraes, a quem acusou de comandar uma "Gestapo da Polícia Federal". Ele também solicitou o pedido feito por deputados do PT para que seu passaporte fosse compreendido e a possibilidade de ser preso. “Se Alexandre de Moraes quer apreender o meu passaporte ou até mesmo me prender para que eu não possa mais denunciar os seus crimes nos Estados Unidos, então é justamente aqui que eu vou ficar”, disse.
Eduardo ainda dirigiu sua fala diretamente ao ministro do STF. "Alexandre, a minha meta de vida será fazer você pagar por toda a sua crueldade com pessoas inocentes. Estarei focado integralmente nesse objetivo. Só retornarei [ao Brasil] quando você estiver devidamente punido pelos seus crimes, pelo seu abuso de autoridade", frisou.
No vídeo, o deputado também falou sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que será julgado pela Primeira Turma do STF na próxima terça-feira (25) sob a acusação de tentativa de golpe de Estado. “Não tenho dúvidas de que o plano dos nossos inimigos é encarcerá-lo para assassiná-lo na prisão ou deixá-lo lá perpetuamente”, afirmou.
Com Bolsonaro inelegível e sob investigações, Eduardo tem se tornado um dos principais representantes do pai no cenário internacional, mantendo ações com líderes da direita nos Estados Unidos, América do Sul e Europa. Ele tem relação estreita com Steve Bannon, estrategista de Donald Trump, e com o presidente da Argentina, Javier Milei. Além disso, é responsável pela organização da edição brasileira do CPAC, uma conferência conservadora internacional.
Eduardo também atua para angariar apoio internacional em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro. Nos bastidores do Partido Liberal (PL), ele é cotado como possível candidato presidencial em 2026, caso Bolsonaro permaneça inelegível.
Mín. 20° Máx. 29°