Os Estados Unidos lançaram, neste sábado (15), uma série de ataques contra os rebeldes huthis no Iêmen, em resposta às investidas do grupo contra embarcações no mar Vermelho. A ofensiva, autorizada pelo presidente Donald Trump, representa a maior operação militar americana desde o início de seu mandato, em janeiro. Em uma publicação na rede Truth Social, Trump afirmou que os bombardeios são apenas o começo e ameaçou novas ações caso os huthis não interrompam suas ofensivas na região. "O inferno cairá sobre vocês", escreveu.
O presidente também direcionou duras críticas ao Irã, principal aliado dos huthis, e exigiu que Teerã cesse imediatamente o apoio ao grupo rebelde. "Se o Irã ameaçar os Estados Unidos, a América os responsabilizará completamente. Não seremos gentis!", publicou Trump. A escalada militar ocorre em um momento de aumento da pressão americana sobre o governo iraniano, com sanções mais rígidas e tentativas de interromper seu programa nuclear.
Os ataques deste sábado atingiram diversas áreas da capital iemenita, Sanaa, controlada pelos huthis. Segundo o Ministério da Saúde, administrado pelo grupo rebelde, pelo menos nove civis morreram e outros nove ficaram feridos. Moradores da cidade relataram explosões intensas e destruição de prédios.
A ofensiva foi conduzida por aeronaves que partiram do porta-aviões USS Harry S. Truman, posicionado no mar Vermelho. O Comando Central do Exército dos EUA, responsável pelas operações no Oriente Médio, classificou a ação como o início de uma campanha militar mais ampla. Um oficial americano, sob condição de anonimato, afirmou que as operações contra os huthis podem se estender por dias ou até semanas.
Os huthis, grupo rebelde de orientação xiita e apoiado pelo Irã, têm realizado ataques sistemáticos a embarcações no mar Vermelho desde novembro de 2023, justificando suas ações como uma retaliação à guerra de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza. Eles afirmam agir em solidariedade aos palestinos, enquanto outros aliados do Irã, como o Hezbollah no Líbano e o Hamas em Gaza, enfrentam ataques israelenses desde outubro de 2023.
As ações dos huthis já causaram impactos significativos no comércio marítimo global. O grupo afundou dois navios, sequestrou outro e matou pelo menos quatro marinheiros, forçando empresas a redirecionar suas rotas e encarecendo o transporte internacional. O governo anterior dos EUA, sob a administração de Joe Biden, tentou conter os ataques com medidas mais restritivas, mas sem uma intervenção militar direta. Agora, Trump adota uma abordagem mais agressiva, intensificando os ataques aéreos e alertando que o Irã será responsabilizado caso continue apoiando os rebeldes.
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