A Polícia Civil de Minas Gerais indiciou o motorista e o proprietário da carreta Bitrem envolvido no grave acidente ocorrido na BR-116, em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, que deixou 39 mortos no dia 21 de dezembro do ano passado. De acordo com a investigação, o veículo trafegava a 97 km/h no momento do impacto e transportava uma carga de quartzito 77% acima do peso permitido, o que contribuiu para a tragédia.
Além dos homicídios, os indiciados responderão por lesões corporais, já que 11 pessoas ficaram feridas, sendo três em estado grave. O proprietário da carreta também foi indiciado por falsidade ideológica, pois teria inserido informações falsas na nota fiscal da carga para ocultar o excesso de peso e evitar fiscalização. Segundo o delegado responsável pelo caso, Amaury Albuquerque, a sobrecarga e a velocidade excessiva foram determinantes para o acidente.
O laudo pericial revelou ainda que o motorista estava sob efeito de álcool, cocaína, ecstasy e medicamentos como antidepressivos e ansiolíticos no momento das complicações. O impacto ocorreu quando a carreta perdeu o controle e tombou sobre um ônibus com 45 passageiros, causando um incêndio de grandes proporções. Das vítimas, 39 morreram carbonizadas, sendo identificadas posteriormente por exames de DNA, papiloscopia e odontologia legal.
O motorista fugiu do local, mas se entregou à polícia dois dias depois, no Espírito Santo. Já o dono da transportadora pode ter bens bloqueados e responderá na Justiça pelos crimes identificados na investigação. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, este foi o maior acidente rodoviário registrado no Brasil desde 2007.
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