O avanço da proposta do governo de Minas para privatizar um trecho da Linha Verde, na MG-010, e a possível instalação de pedágios entre Belo Horizonte e o Aeroporto Internacional de Confins acenderam o alerta na Câmara Municipal da capital. Os vereadores veem um grande impacto da concessão sobre milhares de motoristas que trafegam diariamente pela rodovia, incluindo moradores de cidades da região metropolitana como Vespasiano, Santa Luzia e Lagoa Santa. Diante das preocupações, foi aprovado, nesta quinta-feira (6), a realização de uma audiência pública para debater o tema no dia 20 de março, com a presença de representantes do governo de Romeu Zema (Novo).
O requisito para a audiência foi apresentado pelo vereador Wanderley Porto (PRD), que destacou a previsão de seis praças de pedágio no trajeto entre Belo Horizonte e Confins, com tarifa estimada em R$ 18,36 para ida e volta. Segundo ele, o projeto afeta diretamente trabalhadores e aborda o serviço que depende da rodovia para deslocamento. A proposta foi aprovada por unanimidade na Comissão de Mobilidade Urbana, Indústria, Comércio e Serviços.
O plano de concessão, denominado “Lote Rodoviário 8: Vetor Norte”, faz parte do programa de privatizações do governo estadual e abrange um total de 181 quilômetros de rodovias, cortando 13 municípios da região metropolitana. Além da MG-010, a concessão inclui trechos que ligam Belo Horizonte a Sete Lagoas, passando por cidades como Pedro Leopoldo, Matozinhos, Prudente de Morais e São José da Lapa. Outro braço do projeto contempla as ligações com Santa Luzia, Lagoa Santa, Jaboticatubas, Capim Branco e Santana do Riacho.
O governo de Minas estima que a concessão possa gerar até 4 mil empregos nos anos de maior investimento, além da aplicação de R$ 4 bilhões em melhorias na infraestrutura viária. Entretanto, a implantação dos pedágios é o ponto mais sensível da proposta, especialmente no trecho entre Belo Horizonte e Confins, onde a cobrança pode impactar significativamente a rotina dos motoristas que utilizam a rodovia diariamente.
A expectativa do governo é de que o processo de concessão seja concluído ainda no primeiro semestre deste ano. No entanto, os vereadores e os sectores da sociedade civil pressionaram por um maior debate sobre os impactos da medida, especialmente para os trabalhadores e moradores da região. Até o momento, o governo do Estado não se manifestou sobre as dúvidas levantadas pelos parlamentares e os possíveis impactos da privatização.
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