O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) pousou no Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte, às 21h10 deste sábado (25), trazendo 88 brasileiros deportados dos Estados Unidos. Os relatos, no entanto, foram marcados por denúncias de agressões físicas e psicológicas sofridas durante o voo de repatriação.
Transportados por uma aeronave da Global Crossings Airlines, os deportados enfrentaram um atraso no trajeto devido à necessidade de manutenção da aeronave, o que foi realizado em uma escala em Manaus, na noite de sexta-feira (24). Posteriormente, os ocupantes foram transferidos para o avião KC-30 da FAB, garantindo a continuidade da viagem até Minas Gerais.
Carlos Vinicius de Jesus, de 29 anos, foi um dos que relatou violência sofrida. Mostrando marcas pelo corpo, ele afirmou: “Olha a lesão, o que os americanos fizeram com a gente. Foi dentro do avião. Eles falaram que, se quisessem, fechavam a porta e matavam a gente. [Estou] aliviado porque com cheguei com vida.” Outro deportado detalhou agressões ainda mais graves, mencionando que um jovem chegou a desmaiar após ser jogado ao chão.
Imagens divulgadas pela Agência Cenarium mostraram os brasileiros desembarcando em Manaus algemados e com os pés acorrentados, uma prática que gerou indignação e repercussão nacional. Em resposta à situação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que a FAB garantisse o transporte digno e seguro dos deportados até o destino final.
No aeroporto de Confins, os repatriados foram atendidos por uma equipe de profissionais de saúde, além da ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo. A Polícia Federal providenciou acolhimento com água, comida, colchões e banheiros com chuveiros para os recém-chegados.
De acordo com dados de 2022 do Pew Center, aproximadamente 230 mil brasileiros vivem nos Estados Unidos sem documentação. Desses, cerca de 30 mil já tiveram pedidos de permanência negados e podem ser deportados a qualquer momento.
Fonte: Itatiaia
Foto: Reprodução | Jovana Meirelles
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