A Polícia Federal desarticulou um esquema de fraude que desviou pelo menos R$ 27,5 milhões de recursos públicos destinados ao enfrentamento da pandemia de Covid-19 em três cidades mineiras: Matozinhos, Prudente de Morais e Sete Lagoas. Liderado por um instituto de desenvolvimento social, o grupo utilizou contratos superfaturados e sem licitação para lucrar com verbas federais destinadas à saúde pública.
O esquema, inicialmente descoberto em Divinópolis e Betim, se expandiu para outras localidades, envolvendo 18 municípios. As trocas de mensagens interceptadas revelaram que a organização tentava infiltrar-se nas administrações municipais por meio de conexões políticas e lobistas. O objetivo era garantir contratos com prefeituras e desviar recursos destinados ao combate à pandemia, utilizando a urgência sanitária como pretexto para evitar licitações.
Sete Lagoas foi um dos principais focos de fraude, com desvios que ultrapassaram R$ 27 milhões. Matozinhos e Prudente de Morais também foram alvos das investigações, que já resultaram em 38 indiciamentos. Os contratos fraudulentos visavam especialmente a área da saúde, com milhões de rombos detectados em unidades hospitalares e programas de assistência.
Além das cidades confirmadas, os investigados mencionaram articulações para atuar em outros 15 municípios mineiros, como Belo Horizonte, Nova Lima, Brumadinho e Caeté. Ainda não há comprovação de que o grupo tenha conseguido em todas essas tentativas, mas as investigações continuam para mapear a extensão dos danos.
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