O governo do estado de Minas Gerais, sob a gestão do governador Romeu Zema, apresentou recentemente o plano de concessão para rodovias do Vetor Norte da Grande Belo Horizonte, que prevê a instalação de 13 praças de pedágio ao longo de 153,53 km de vias. Embora o projeto seja justificado como uma medida para melhorar a infraestrutura e a segurança das estradas, a proposta gerou insatisfação e questionamentos entre moradores, especialistas e lideranças regionais.
Conforme detalhado no Programa de Exploração da Rodovia (PER), a concessão inclui ações de manutenção preventiva, obras de ampliação de capacidade e implementação de sistemas operacionais modernos. O objetivo declarado é oferecer maior fluidez ao trânsito, conforto e segurança aos usuários, com atenção especial à preservação ambiental. Contudo, a contrapartida financeira recai diretamente sobre os motoristas, que enfrentam tarifas de pedágio em uma região já marcada por desafios econômicos e falta de mobilidade eficiente.
A malha rodoviária abrangida pelo projeto conta com pórticos localizados em diversas rodovias. Na rodovia LMG-800, os pórticos estão situados no km 5,6, próximo ao Aeroporto; e no km 11,4, entre Pedro Leopoldo e Confins. Na MG-010, os pórticos estão no km 17,4, entre Belo Horizonte e Vespasiano; no km 27,6, entre Vespasiano e Lagoa Santa; no km 46,4, entre Lagoa Santa e Jaboticatubas; e no km 93,4, entre Jaboticatubas e Santana do Riacho. Já na rodovia MG-424, os pórticos estão localizados no km 4,2, entre Vespasiano e São José da Lapa; no km 10,1, entre São José da Lapa e Confins; no km 15,0, entre Confins e Pedro Leopoldo; no km 23,7, entre Pedro Leopoldo e Matozinhos; no km 35,8, entre Matozinhos e Prudente de Morais; e no km 45,5, entre Prudente de Morais e Sete Lagoas. No Contorno de Matozinhos, o pórtico está localizado no km 3,0.
Embora a proposta contemple a construção de contornos viários para aliviar o trânsito em áreas urbanas, a implementação dos pedágios levanta preocupações sobre o impacto na população econômica local e nas pequenas empresas que dependem dessas rotas para transitar com mercadorias e serviços. Diante desse cenário, lideranças regionais e organizações da sociedade civil manifestam oposição ao projeto, exigindo a revisão do plano e a realização de audiências públicas para debater os impactos reais da concessão.
Os vereadores de Lagoa Santa, por exemplo, ao lado da comunidade, reforçaram a insatisfação coletiva e organizaram uma manifestação pacífica para hoje, dia 11 de dezembro, às 17h30, na Praça Dr. Lund. Além disso, foi criado um abaixo-assinado, que já contém mais de 8 mil assinaturas até a última sexta-feira. Os atos tem como objetivo manifestar publicamente o descontentamento com a medida, que pode impactar de forma significativa a rotina e o orçamento da população que utiliza essas rodovias diariamente.
Apesar das críticas, a administração estadual mantém sua posição, destacando que o modelo de concessão permitirá investimentos robustos nas rodovias e trará benefícios a longo prazo.
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