O Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII, localizado no bairro Santa Efigênia, em Belo Horizonte, enfrenta uma grave crise de abastecimento, com a falta de materiais básicos como luvas, pinças, esparadrapo e bolsas coletoras de urina, segundas denúncias de funcionários. Conhecido por ser um dos hospitais mais importantes para atendimentos emergenciais na América Latina, a unidade usa garrafas PET como improviso para coleta de urina de pacientes, situação evidenciada em vídeo divulgado pelo sindicato dos trabalhadores.
Conforme relatos dos funcionários, a escassez se estende por quase um mês e tem impactado diretamente o atendimento aos pacientes. Segundo o enfermeiro e diretor da Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais de Minas Gerais (ASTHEMG), Carlos Martins, muitos profissionais têm comprado materiais do próprio bolso para atender às necessidades dos pacientes. Ele destacou o caso de um homem com queimaduras, que precisou da ajuda da própria família para comprar esparadrapo, usado na fixação de curativos.
Além da falta de insumos, o sindicato denuncia a ausência de profissionais fundamentais, como cirurgiões plásticos e anestesistas, e relata a presença de baratas e escorpiões nas dependências do hospital, evidenciando a precariedade da estrutura. A situação levou a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) a informar que “alguns itens estão em fase de aquisição” e que têm materiais remanejados entre os hospitais da rede, buscando não comprometer a assistência.
A direção do João XXIII, em nota, garantiu que estão sendo feitos esforços para normalizar o abastecimento o mais rápido possível, além de reiterar seu compromisso com a qualidade da assistência prestada aos usuários.
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