Na manhã desta segunda-feira (14 de outubro), a Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu Walter Vieira, um dos sócios do Laboratório PCS Saleme, durante a Operação Verum. A operação tem como objetivo identificar os responsáveis pela contaminação de seis pacientes que testaram positivo para HIV após receberem órgãos transplantados. A investigação revelou que o laboratório emitiu laudos falsos que não resultaram em transplante de órgãos infectados.
Além da prisão de Vieira, a operação cumpriu 11 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão, abrangendo endereços no Rio de Janeiro e em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A polícia investiga se o grupo falsificou laudos também em outros casos. "Determinei imediatamente a instauração do inquérito, atendendo à determinação do governador para que os fatos fossem investigados com maior rigor e rapidez. Conseguimos elementos para representar as cautelares junto à Justiça em tempo recorde, para que os danos fossem punidos com maior ceridade", afirmou Felipe Curi, secretário de Estado da Polícia Civil.
O Laboratório PCS Saleme divulgou uma nota no último domingo (13), confirmando que os resultados preliminares de uma investigação interna apontam que um erro humano foi a causa da infecção de seis pessoas que receberam transplantes. Segundo a nota, fingiram-se de erro na transcrição dos resultados de dois testes de HIV que levaram à contaminação. A empresa afirmou que está à disposição das autoridades, apesar de ainda não ter sido notificada formalmente sobre o andamento das investigações.
A investigação que um dos laudos que atestou negativo para HIV no caso de pacientes infectados foi contratada por Jacqueline Iris Bacellar de Assis, técnica em patologia clínica. Contudo, o laudo também apresentou o registro profissional de uma biomédica residente em Recife, cujo registro está suspenso. A biomédica, que afirma nunca ter trabalhado no Rio de Janeiro, planeja registrar um boletim de ocorrência sobre o uso indevido de seu registro.
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