O furto de energia elétrica no Brasil cresceu 19,3% em 2023. É o que aponta um estudo realizado pela Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica) e divulgado pelo Canal Solar. Os chamados ‘gatos de energia’ somaram uma perda de 40,7 terawatt-hora (TWh) no ano passado, ante 34,2 TWh registrados em 2022.
Essas perdas não técnicas registradas pelas distribuidoras de energia geraram um impacto financeiro de R$ 10,1 bilhões no ano passado. O cálculo foi feito a partir do custo médio de aquisição de energia pelas companhias em 2023, de R$ 249 bilhões, com a multiplicação do valor pelo montante de energia perdida, de 40,8 TWh.
De acordo com Claudio Puga, diretor comercial da Landis+Gyr, companhia de soluções e gerenciamento de energia, o setor já dispõe de tecnologia capaz de combater os furtos de energia. “O mercado conta com Sistemas de Medição Centralizada (SMC), que são medidores inteligentes instalados externamente à unidade consumidora e dotados com a capacidade de comunicação remota. Eles permitem o monitoramento do consumo e a suspensão do fornecimento em casos de inadimplência e a religação pós quitação dos débitos, tudo de forma remota, evitando assim o acesso indevido ou mal-intencionado ao medidor.”
Segundo a pesquisa Benefícios dos Sistemas de Medição Centralizada no Combate às Perdas Não Técnicas, realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) em 2023 com dados de 2022, em dez anos, o furto de energia impactou a economia brasileira em cerca de R$ 46 bilhões. O valor é equivalente à construção de 9.200 escolas completas.
Os estados que concentram os maiores níveis de furtos de energia são Rio de Janeiro, São Paulo, Amazonas, Amapá, Pará e Rondônia. Em 2022, o estado do RJ perdeu 11,27 milhões de MWh, seguido por São Paulo com 6,98 milhões de MWh furtados no mesmo ano. A pesquisa da FGV apontou, ainda, que uma expansão estruturada do uso dos Sistemas de Medição Centralizada poderia resultar em uma redução dos custos das perdas não técnicas, na ordem de R$ 1 bilhão ao ano.
Atualmente o Brasil conta com mais de 3 milhões de unidades do SMC instaladas em residências de pelo menos 16 estados, de acordo com o estudo da FGV. O executivo destaca a importância desses sistemas e explica que sua adoção pode contribuir para evitar fraudes e furtos de energia elétrica “Ao adotarem os sistemas de medição centralizada, as distribuidoras tendem a realizar adequações também na estrutura das redes elétricas, que melhoram a disponibilidade de energia para o consumidor através da redução de interrupções de fornecimento. Com isso, as concessionárias de energia conseguem coibir conexões fraudulentas e/ou clandestinas e melhorar a qualidade do serviço”, conclui Puga.
Para saber mais, basta acessar: http://www.landisgyr.com.br
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