A Secretaria de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) convocou coletiva para anunciar, nesta quarta-feira, 2 de julho, em Belo Horizonte, o fim da emergência em saúde pública no estado em razão do cenário epidemiológico das arboviroses.
A medida havia sido instituída por meio de decreto, em 26/1/2024, com validade de 180 dias. Devido à queda contínua das notificações de casos de dengue, zika e chikungunya nas últimas semanas, o período pôde ser antecipado. A revogação foi publicada no Diário Oficial do Estado desta terça-feira e anunciada pelo secretário de Estado de Saúde, o médico Fábio Baccheretti.
“Nesse momento, o estado inteiro tem queda constante de casos e a maior parte dos municípios não está mais com alta incidência. Mas as ações para evitar os focos do mosquito continuam”, afirmou.
“A previsão é a de que 2025 não seja um ano tão difícil quanto esse. Mas não vamos abrir mão de sermos conservadores, porque temos o sorotipo três, que circulou pouco nas últimas décadas e já foi encontrado em Minas Gerais”, declarou o secretário de Saúde de Minas. Ele reforçou: “vamos nos preparar para que, caso tenhamos um ano difícil novamente, possamos contar com uma estrutura de saúde mais capacitada, aliada ao uso de drones e da vacinação”.
A SES-MG está investindo R$30,5 milhões para que os municípios contratem o serviço de drones que serão utilizados na identificação, monitoramento e tratamento dos focos e criadouros do Aedes aegypti, permitindo uma atuação mais direcionada e eficaz por parte das secretarias municipais de Saúde.
Deste total, foram repassados R$15 milhões em 2023 e o restante será pago nos próximos meses, sendo beneficiados diretamente 34 municípios com população acima de 100 mil habitantes, 27 com população entre 30 mil e 100 mil habitantes e os outros 792 por meio dos consórcios intermunicipais de saúde.
“Os drones fazem o mapeamento da região e, a partir das imagens, conseguem identificar onde há focos. Com isso, é possível apontar os locais específicos para um trabalho mais assertivo dos agentes comunitários. Eles já estão em funcionamento no Norte de Minas e na Grande BH e, em breve, operando em todo o estado”, detalhou Fábio Baccheretti.
Minas Gerais recebeu 289.410 doses de vacina contra a dengue desde o mês de fevereiro, que contemplaram 192 municípios para imunização do público de 10 a 14 anos. Até o momento, foram aplicadas 100.158 doses.
“Estamos em constante monitoramento para que as doses da vacina não fiquem paradas nos municípios. O público-alvo é de 10 a 14 anos, mas poderá ser expandido, se necessário, para a faixa etária de 4 a 59 anos. O que precisamos é garantir que nenhuma dose seja perdida”, reforçou o secretário.
Até 1 de julho, foram notificados 1.655.644 casos prováveis de dengue no estado, sendo 970.216 confirmados. Desses, 15.014 foram considerados graves ou com sinal de alarme. Foram confirmados 764 óbitos e outros 732 óbitos estão em investigação.
Em relação à chikungunya, até o momento, foram notificados 143.995 casos prováveis, sendo 109.953 confirmados. Foram 83 óbitos devido à doença e 32 seguem em investigação. Até 15 de junho, foram contabilizadas 36.196 internações por dengue e 196 por chikungunya em Minas.
O número de casos prováveis de zika em Minas Gerais chegou a 275 notificações com a confirmação de 38 casos (registrados pelos municípios no Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan). No entanto, desde 2018, não há registro de casos de zika confirmados por método direto (RT-PCR) no estado.
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