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Nasce bebê da primeira paciente tratada no ambulatório de infertilidade da Fhemig no pós-pandemia

Criança é símbolo da efetividade do serviço do Hospital Júlia Kubitschek, que atende casais de todo o estado

13/06/2024 às 09h13
Por: Redação Fonte: Secom Minas Gerais
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Arquivo pessoal
Arquivo pessoal

Poucos dias antes do início de junho, Mês Mundial de Conscientização da Infertilidade, e com uma semana de antecedência da data prevista para o parto, nasceu Ravi, filho da professora Talita Stefânia Araújo Mendonça, 36 anos – primeira paciente operada no Ambulatório de Infertilidade do Hospital Júlia Kubitschek (HJK), após o retorno das cirurgias eletivas - com o fim da pandemia da covid-19, em maio de 2023.

A criança chegou ao mundo saudável, pesando 3,265 quilos e medindo 46 centímetros, no dia 28/5, após uma cesárea em uma maternidade na cidade de Divinópolis onde vivem seus pais.

“Ver o rostinho do Ravi pela primeira vez me despertou um misto de emoções. A maior delas, foi de felicidade. Meu marido Carlos acompanhou o parto e também ficou muito emocionado com a chegada do nosso filho”, conta Talita.

 

Talita e Carlos com o pequeno Ravi - Arquivo pessoal
Talita e Carlos com o pequeno Ravi - Arquivo pessoal

Nova realidade

Com apenas 16 dias de vida, Ravi é a concretização do sonho de Talita de formar uma família e de reescrever sua própria história como filha única, cuja mãe – Valquíria Araújo, 64 anos – viveu em um orfanato até atingir a maioridade.

Por quase quatro anos, a professora e o marido, o metalúrgico Carlos Henrique Mendonça, 37 anos, buscaram reverter o diagnóstico de infertilidade causado por alterações nas tubas uterinas, após um aborto espontâneo em 2020.

No final de 2022, Talita foi encaminhada ao Ambulatório de Infertilidade do Hospital Júlia Kubitschek para a primeira consulta e, a partir daí, sua realidade começou a mudar. Ela foi submetida ao procedimento cirúrgico no dia 12/7/2023 e engravidou 40 dias depois.

“Lembro de sair da cirurgia já acreditando que logo estaria grávida. O Hospital Júlia Kubitschek me trouxe esperança”, sublinha a mãe do Ravi. O casal planeja dar, pelo menos, um irmão ou irmã ao recém-nascido.

Novas gestações

Conforme esclarece o ginecologista especialista em reprodução humana e coordenador do Ambulatório de Infertilidade do HJK, Fábio Costa Peixoto, o planejamento da professora pode se concretizar.

“Resolvido o problema que determinava a infertilidade, os casais podem ter quantos filhos quiserem. Em alguns casos, temos que manter o tratamento para novas gestações”, completa o médico.

De acordo com dados estatísticos do HJK – que integra o Complexo Hospitalar de Especialidades (CHE) da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) – de 2015 a 2019 mais de 3,3 mil pessoas foram atendidas pelo serviço, numa média de 660 pessoas por ano.

Fábio Peixoto lembra ainda que as consultas determinam o tipo de tratamento a ser estabelecido. “É importante analisar bem cada caso e realizar exames específicos. 40% dos fatores que determinam a infertilidade são masculinos, outros 40% são femininos e 20% dizem respeito ao casal”.

Após o resultado positivo do tratamento no Ambulatório de Infertilidade do HJK, caso a gravidez não seja de alto risco, as pacientes são encaminhadas para realizarem o pré-natal com o profissional que as acompanhava previamente.

Ambulatório

No Ambulatório de Infertilidade do Hospital Júlia Kubitschek são identificadas as causas da infertilidade e realizados os tratamentos e procedimentos para melhorar as taxas de gravidez, como alternativa à fertilização in vitro.

São feitas todas as intervenções de baixa complexidade, inclusive cirurgias, para tratar esse problema de saúde pública que atinge uma em cada seis pessoas no mundo, segundo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O serviço funciona duas vezes por semana – sendo um dia dedicado às cirurgias. Em média, são realizados seis procedimentos cirúrgicos por mês. Os pacientes são encaminhados via regulação do Sistema Único de Saúde (SUS).

Conscientização

Em diversos países no mundo, inclusive no Brasil, o mês de junho é dedicado a ações para a conscientização da sociedade sobre a questão da infertilidade humana e suas causas.

A temática da fertilidade humana é uma questão de saúde pública, principalmente no atual contexto mundial, quando as taxas de fertilidade têm caído de maneira progressiva em vários países.

Daí a importância de se disseminar informações sobre tratamentos disponíveis tanto na rede pública quanto privada, como também falar sobre as formas de prevenção ou reversão da infertilidade em homens e mulheres.

Ainda de acordo com a OMS, a infertilidade atinge cerca de 48 milhões de casais e 186 milhões de pessoas no mundo – 15% da população global.

Em território nacional, dados da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) apontam para aproximadamente 8 milhões de pessoas com problemas relativos à infertilidade.

Causas

Doença do sistema reprodutivo masculino ou feminino, a infertilidade é definida como a incapacidade de conseguir uma gravidez após um ano ou mais de relações sexuais sem proteção.

De modo geral, as principais causas da infertilidade estão relacionadas às tubas uterinas, aos ovários e à produção do sêmen. Os três respondem, juntos, por 75% dos problemas ligados à reprodução humana. Enquanto miomas, septo uterino, endometriose e fatores genéticos representam 15% do total. Os demais 10% são devidos a causas não aparentes, explica o coordenador do ambulatório do HJK.

Para prevenir essa doença, é recomendado que homens e mulheres consultem o médico ao iniciar a vida adulta para investigar a presença de fatores que podem afetar sua fertilidade, quando não conseguem engravidar.

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