As feiras livres fazem parte da cultura dos pequenos e grandes centros urbanos. A verdura colhida na madrugada e comercializada no mesmo dia, a fruta da estação, as hortaliças que nem sempre são encontradas no grande comércio, além dos produtos de processamento artesanal, estão sempre presentes.
Mais do que tradicionais, esses espaços são fundamentais para a geração de renda da agricultura familiar e de pequenos empreendedores, como a produtora Camila Alves Leonel, que dirige, com o marido, uma empresa familiar de produção artesanal de defumados, a Dfumô da Serra, do município de Formiga, Centro-Oeste de Minas.
A comercialização dos mais de 40 produtos, com destaque para o biscoito de torresmo, o torresmo de rolo, o kit feijoada e os fatiados para as tábuas de frios, é feita on-line, por delivery, em pontos de revenda, mas ela avalia que a presença nas feiras livres é um facilitador.
“É uma abertura de portas e uma oportunidade única de expansão de mercado. As feiras são imprescindíveis para quem deseja crescer, galgar outros mercados, conhecer outros produtores e até mesmo aprender”, afirma.
Com o apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) , a produtora Camila Leonel tem levado seus produtos a vários eventos, como a Feira da Agricultura Familiar, organizada pela empresa na Assembleia Legislativa, em Belo Horizonte, a Feira da Agricultura Familiar e Urbana na Cidade Administrativa, sede do Governo de Minas , e também já esteve na Expoqueijo e, recentemente, na feira realizada durante a Expozebu, em Uberaba, no Triângulo Mineiro.
“A comercialização nas feiras traz um aumento de até 20% na minha receita mensal e esse dinheiro é usado para reinvestir no nosso negócio. O apoio do Governo de Minas na organização das feiras é fundamental para o crescimento do pequeno produtor”, avalia.
Diego Vargas / Seapa
De acordo com o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento , Thales Fernandes, apoiar as feiras livres é fortalecer toda a economia regional.
“Quem produz precisa vender. Com o apoio do Governo de Minas e a atuação da Secretaria de Agricultura e da Emater, as feiras livres acontecem em mais de 600 municípios mineiros. E em 73% das cidades, elas são realizadas toda semana. É um instrumento bom, tanto para o produtor quanto para o consumidor”, explica.
Trabalho pioneiro
O coordenador Técnico Estadual de Comercialização e Gestão da Emater-MG, Raul Machado, explica que o apoio às feiras livres é uma ação tradicional realizada pela empresa.
“Nosso trabalho vai desde a identificação das demandas nos municípios, organização dos produtores, assistência técnica nas atividades agropecuárias e acompanhamento da fabricação dos produtos processados, garantindo a qualidade”, detalha.
De acordo com a Emater-MG, as feiras livres estão presentes em 614 municípios do estado e, em 58 cidades, encontram-se em fase de implantação.
A maior parte tem frequência de até cem pessoas por dia, mas cerca de 9% dos eventos têm registro diário de mais de 500 pessoas.
Além dos hortifrutigranjeiros, o carro-chefe, são comercializados produtos do agroextrativismo (como o pequi), mel, processados e artesanato.
Kits feira livre
A Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e a Emater-MG atuam para o fortalecimento das feiras livres e a valorização da produção local, com a doação de kits feira livre.
Cada conjunto é formado por barracas, jalecos e caixas plásticas. Nos dois últimos anos, os órgãos entregaram 550 kits, beneficiando mais de 250 municípios mineiros.
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