
A Polícia Civil de Minas Gerais apresentou novos esclarecimentos sobre a morte de Henay Rosa Gonçalves Amorim, de 31 anos, encontrada sem vida após uma colisão na rodovia MG-050, nas proximidades de Itaúna, no Centro-Oeste do estado. O caso, inicialmente tratado como acidente de trânsito, passou a ser investigado como possível feminicídio após o surgimento de indícios de que a ocorrência teria sido forjada.
Imagens obtidas durante a apuração mostram o veículo passando por uma praça de pedágio com a vítima inconsciente no banco do motorista, enquanto o companheiro dela, de 43 anos, aparecia no banco do passageiro. A situação levantou questionamentos sobre como o automóvel era conduzido. Em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira (17), a Polícia Civil informou que o suspeito teria assumido o controle do carro a partir do assento do passageiro, acionando freio e acelerador com um dos membros, possivelmente o pé, já que o veículo era automático.
O homem foi preso na segunda-feira (15), em Divinópolis, durante o velório da vítima. Segundo o delegado João Marcos Ferreira, responsável pelo caso, o suspeito confessou em depoimento que agrediu a companheira durante o trajeto entre Belo Horizonte e Itaúna. Conforme o relato, a mulher conduzia o veículo quando foi atacada. Em seguida, ela teria parado o carro no acostamento, momento em que as agressões continuaram.
De acordo com a Polícia Civil, o suspeito afirmou ter empurrado a vítima, batido a cabeça dela contra o veículo e comprimido o pescoço pelo lado direito. Durante o depoimento, ele teria reproduzido com as mãos a forma como pressionou a região do pescoço, o que, segundo o delegado, é compatível com os achados da segunda necropsia realizada no corpo da vítima. A perícia também identificou marcas de unhas no braço e no rosto do homem, que, segundo ele, foram causadas pela companheira durante a tentativa de se defender.
Ainda conforme a investigação, o suspeito relatou que a discussão entre o casal teria começado no apartamento onde moravam, em Belo Horizonte. Ele afirmou que, durante o desentendimento, atingiu o nariz da vítima, provocando sangramento. A Polícia Civil informou que já teve acesso às imagens do prédio, mas ainda não foi possível confirmar se Henay deixou o local consciente.
A versão apresentada pelo homem de que a vítima teria retomado a consciência e provocado deliberadamente a colisão contra um micro-ônibus foi descartada pelos investigadores. Segundo o delegado, uma testemunha que estava no coletivo relatou que, ao se aproximar do carro após o impacto, a mulher já apresentava sinais de morte, estando com o corpo frio. As investigações continuam para a conclusão do inquérito e eventual responsabilização criminal.
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