
Um personal trainer de 31 anos foi preso nesta quarta-feira (10) em Belo Horizonte, suspeito de aplicar uma série de golpes financeiros contra mulheres, sobretudo médicas. A Polícia Civil contabiliza, até o momento, 13 vítimas e estima um prejuízo mínimo de R$ 500 mil, embora os investigadores avaliem que o alcance das fraudes pode ser significativamente maior.
As apurações indicam que o instrutor atua no esquema desde 2023, oferecendo pacotes anuais de aulas personalizadas, que eram parcelados conforme acordo com cada cliente. No entanto, o suspeito alegava supostos erros na maquininha de cartão para realizar cobranças repetidas, sem autorização. Em diversos casos, ele também cancelava as aulas prometidas, alegando reagendamentos que nunca aconteciam.
De acordo com a delegada Bianca Santos Sé, do Departamento Estadual de Combate à Corrupção e Fraudes, uma das vítimas relatou ter sido cobrada três vezes por um plano de R$ 9 mil, totalizando R$ 27 mil. As investigações tiveram início em junho, após a primeira denúncia formal ser registrada. Inicialmente, o personal mirava profissionais da área médica, círculo social no qual tinha contatos, mas depois ampliou a estratégia para atrair potenciais vítimas por meio de redes sociais, em especial o Instagram.
A delegada relatou ainda que o suspeito chegou a abordar uma colega de corporação. “Quando efetuamos a prisão, essa policial nos disse que também havia sido procurada por ele. Ele buscava atingir diversas mulheres, especialmente jovens”, afirmou.
As diligências revelaram que o personal utilizava máquinas de cartão e contas bancárias de terceiros — muitas vezes de parceiras amorosas — para aplicar os golpes. Em um dos casos, o investigado manteve um breve relacionamento com uma das vítimas que mais sofreu prejuízos e obteve com ela até mesmo um empréstimo financeiro. Além disso, o suspeito possui histórico de violência contra a mulher: três ex-namoradas registraram boletins de ocorrência e solicitaram medidas protetivas nos últimos meses.
Durante mandado de busca no bairro Nova Suíça, onde o instrutor residia, a polícia apreendeu dois celulares, um tablet e quatro maquininhas de cartão. Segundo a investigação, há indícios de que ele seja viciado em jogos eletrônicos, hipótese ainda em análise para determinar se o dinheiro obtido ilegalmente era utilizado para sustentar o vício. Até o momento, não foram identificados sinais de aumento de patrimônio.
O homem deve responder por estelionato, enquanto a Polícia Civil segue identificando novas vítimas e analisando o material apreendido para ampliar o entendimento sobre a extensão das fraudes.
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