
Trechos inéditos da entrevista concedida por Renê da Silva Nogueira Júnior ao repórter Roberto Cabrini foram divulgados pela Record TV a pedido da defesa e trazem novas afirmações do acusado no caso do assassinato do gari Laudemir de Souza Fernandes. Nas falas, Renê reconhece que esteve no Cabana do Pai Tomás, na Região Oeste de Belo Horizonte, descreve o local como dominado por uma facção e sugere que o crime possa ter sido cometido por integrantes desse grupo ligado ao Terceiro Comando Puro (TCP).
Segundo Renê, ao chegar à comunidade foi abordado por traficantes armados “com armas de grosso calibre” e, diante do que viu, pensou tratar-se de conflito entre facções. O acusado disse ainda que, embora estivesse no local e portasse arma naquele dia, não admite ter sido o autor dos disparos que tiraram a vida do gari. Para ele, testemunhas presentes teriam motivos para apontá-lo e haveria uma predisposição social por “espetáculo” em detrimento de provas, afirmou em trecho divulgado.
Renê também afirmou que falar sobre um possível autor que seja morador da comunidade seria arriscado, por medo de represálias, e defendeu a necessidade de investigação no Cabana do Pai Tomás para identificar envolvidos. Em outro momento, criticou o reconhecimento feito por colegas de profissão da vítima, alegando que o procedimento só ocorreu após um policial ter enviado uma foto sua às testemunhas.
A defesa do empresário, representada pelo advogado Bruno Rodrigues, foi procurada pela reportagem, mas optou por não comentar as declarações. A divulgação dos novos trechos ocorreu depois de notificação judicial a Cabrini, segundo informou a emissora.
O caso segue sob investigação; Renê é réu na apuração policial sobre a morte de Laudemir e suas alegações agora fazem parte do material considerado pela defesa. As autoridades responsáveis pelo inquérito não se manifestaram sobre o conteúdo da entrevista até a última atualização.
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