
A Justiça converteu em preventiva a prisão do homem de 28 anos acusado de entregar a direção de seu carro a uma adolescente de 15 anos, que atropelou e matou Hariel Lucas Santos de Melo, de 2 anos, além de ferir um menino de 6 anos, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O acidente ocorreu no domingo (7/12), quando a jovem tentava subir uma ladeira, perdeu o controle do veículo e desceu de marcha à ré, atingindo as crianças que estavam no passeio.
A decisão, assinada pela juíza Anna Carolina Goulart Martins e Silva, da Vara Plantonista de Sabará, foi publicada na noite de segunda-feira (8/12). No despacho, a magistrada afirma que a medida é necessária para a garantia da ordem pública e para evitar novas condutas semelhantes. Ela homologou o flagrante por considerar que todas as formalidades legais foram cumpridas.
De acordo com a decisão, o investigado estava no banco do passageiro do VW Gol no momento da manobra e teria insistido para que a adolescente conduzisse o carro, mesmo após a mãe da jovem pedir que ele não permitisse. A juíza destacou ainda que esta não foi a primeira vez que o homem entregou o veículo à adolescente. Na tentativa de subida em via íngreme, o carro atingiu um muro e, em seguida, atropelou as crianças. Hariel morreu no local, enquanto o menino de 6 anos foi socorrido com ferimentos na cabeça e precisou de sutura.
O suspeito foi agredido por populares logo após o atropelamento e, por causa dos ferimentos, permanece internado no Hospital Risoleta Neves sob custódia policial. Mesmo sem interrogatório formal no momento da prisão, a juíza ressaltou que o conjunto de provas — incluindo depoimentos, boletim de ocorrência, laudos periciais e imagens — era suficiente para justificar a manutenção da detenção.
Em sua análise, a magistrada classificou a conduta do investigado como algo que “transcende a mera culpa de trânsito”, demonstrando, segundo ela, “profundo desprezo pelas normas de segurança viária e pela vida humana”. O documento aponta também que o homem possui antecedentes criminais, o que contribuiria para o risco de reiteração caso fosse solto.
A prisão preventiva foi decretada pelo período de 12 anos. Assim que receber alta hospitalar, o suspeito será encaminhado ao presídio, onde permanecerá à disposição da Justiça.
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