
A presença de familiares no Hospital João XXIII marcou a manhã desta quinta-feira (4/12), após o tiroteio ocorrido durante um encontro no Conjunto Vila Esperança, no Bonsucesso, região do Barreiro, em Belo Horizonte. Enquanto a Polícia Militar aponta que o evento tinha vínculos com o crime organizado, parentes de ao menos oito baleados contestam a informação e afirmam que as vítimas não têm relação com o tráfico de drogas.
Entre eles, estava um homem que pediu anonimato. Ele contou que o filho, de 25 anos, foi atingido no braço e que estava no local apenas para acompanhar um jogo de futebol e participar de um churrasco que, segundo ele, ocorre frequentemente às quartas-feiras. O pai relatou surpresa com a ação dos atiradores. “Do nada, chegaram uns caras encapuzados, com camisa da Polícia Civil, e meteram bala em todo mundo, sem querer saber quem é quem. Meu filho não tem nada a ver com isso”, disse.
Outros parentes reunidos no hospital reforçaram a mesma narrativa. Uma mulher demonstrou indignação com a condução dos feridos ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), logo após receberem alta. “Os meninos estavam tranquilos, ninguém esperava um ataque. Vieram pelo SAMU, mas agora estão saindo como se fossem criminosos. Isso não está certo”, afirmou.
O ataque ocorreu durante a madrugada e deixou dois mortos e nove feridos. De acordo com a Polícia Militar, homens chegaram ao local em um veículo e duas motocicletas usando camisetas da Polícia Civil e distintivos falsos, simulando uma operação. A PM afirma que, assim que desembarcaram, os falsos agentes abriram fogo, o que desencadeou um confronto entre grupos rivais. Já as famílias insistem que as vítimas estavam apenas socializando e foram surpreendidas pelo ataque.
As investigações seguem em andamento para identificar os autores e esclarecer as circunstâncias do crime.
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